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António Costa destaca contributo de Portugal para a partilha da criação e conhecimento

António Costa destaca contributo de Portugal para a partilha da criação e conhecimento

O primeiro-ministro, António Costa, destacou ontem em Paris a dimensão universal e europeia das “raízes humanistas” de Portugal, no seu contributo para a abertura e descoberta da criação artística e do conhecimento. O chefe do Governo português dedicou a agenda do final da sua visita oficial a França à presença e divulgação da cultura portuguesa.
António Costa destaca contributo de Portugal para a partilha da criação e conhecimento

Durante a visita à Casa de Portugal André de Gouveia, criada em 1967 pela Fundação Calouste Gulbenkian e que acolhe estudantes, artistas e investigadores portugueses em Paris, o primeiro-ministro realçou o papel de Calouste Gulbenkian e do pensador quinhentista, que dá o nome à residência, para a divulgação da cultura portuguesa.

“Nesta casa adotámos o nome de André Gouveia, um grande humanista português, antigo reitor da Universidade Sorbonne, que veio cá no século XVI”, assinalou António Costa, identificando o laço comum que une Calouste Gulbenkian e André de Gouveia: “pelo espírito uniram os homens e as fronteiras e foram mais longe pelo conhecimento”.

O primeiro-ministro lembrou também a importância do cinquentenário da delegação portuguesa da Fundação Calouste Gulbenkian, destacando o seu papel, ao longo destes 50 anos, como “uma ponte de ligação entre França e Portugal”.

António Costa referiu ainda a passagem de inúmeros artistas portugueses por Paris, como Amadeo de Souza-Cardoso, Fernando Pessoa, Maria Helena Vieira da Silva ou Joana Vasconcelos, sublinhando que essa partilha contribuiu para reforçar as raízes culturais de Portugal na Europa. “Cada vez que abrimos as portas e as fronteiras ao conhecimento, à mistura e à descoberta da criação artística dos outros, tornamo-nos mais próximos”.

“Amadeo de Souza Cardoso, Fernando Pessoa, André de Gouveia mostram bem as profundas raízes culturais de Portugal na Europa. Entre André de Gouveia e Fernando Pessoa houve quatro séculos. Entre André de Gouveia e Amadeo de Souza Cardoso houve quatro séculos. Portugal viajou muito nesse intervalo de tempo, mas manteve as raízes na Europa. São raízes humanistas de um Portugal que abriu fronteiras”, afirmou o primeiro-ministro português.

António Costa discursou perante uma sala cheia, com mais de uma centena de convidados, entre os quais o ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, o ex-presidente do Centro Nacional de Cultura e do Tribunal de Contas, atual administrador da Fundação Gulbenkian, Guilherme de Oliveira Martins, o embaixador de Portugal em Paris, José Filipe Moraes Cabral, os antigos embaixadores de Portugal em Paris Francisco Seixas da Costa e António Monteiro, o embaixador de Portugal na OCDE, António Viseu Pinheiro, o presidente da câmara do Porto, Rui Moreira, o deputado do PS eleito pela emigração Paulo Pisco, entre muitas outras personalidades da comunidade portuguesa em Paris.

Valorizar a imagem do país

No final do dia, António Costa esteve ainda presente na inauguração da exposição dedicada a Amadeo Souza-Cardoso. Ocasião para o primeiro-ministro destacar a presença atual de vários criadores portugueses em exposições patentes na capital francesa e o seu importante contributo para “valorizar a imagem de Portugal”.

“É uma exposição fantástica. É uma grande oportunidade de mostrar mais um grande artista português em França”, sublinhou.

Para António Costa, estas exposições “demonstram bem como várias gerações de artistas portugueses, de épocas diferentes, mostram a criatividade do país, o que é muito importante para valorizar a imagem de Portugal em Paris”.

“A cultura e a ciência são as bases da sociedade do conhecimento, e aí está a chave do futuro. É aí que podemos efetivamente ser competitivos, ganhar cidadania, inserção com valor nas novas redes globais. É um investimento crucial para o nosso futuro”, afirmou ainda o primeiro-ministro português.

Organizada pelo organismo público francês Réunion des Musées Nationaux et du Grand Palais des Champs-Élysées, com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, a exposição é comissariada por Helena de Freitas. Além das 250 obras assinadas por Amadeo de Souza-Cardoso, serão também exibidas 15 obras de outros artistas que foram próximos do criador português, como Modigliani, o casal Robert e Sonia Delaunay, e Brancusi, além de 52 documentos de arquivo.