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António Costa: “BE desistiu de ser parte da solução no momento mais crítico para o país”

António Costa: “BE desistiu de ser parte da solução no momento mais crítico para o país”

O líder socialista, António Costa, acusou o Bloco de Esquerda (BE) de ter sido o principal responsável pela atual crise política, lamentando que o tivesse feito precisamente “quando o país estava no pico da pandemia e quando ainda não havia vacinas contra a Covid-19”.

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António Costa, debate com Catarina Martins

Para o Secretário-geral do PS, o BE abriu a atual crise política por “se ter cansado de ser parte de uma solução de Governo e porque quis voltar a ser um partido de protesto”, acusando os bloquistas de irresponsabilidade política também por defenderem, no seu programa, a reversão das privatizações de empresas como a EDP, CTT, REN ou a GALP o que levaria, segundo António Costa, de imediato ao “agravamento da dívida pública portuguesa em cerca de 14,5% do PIB”.

Uma posição que António Costa classificaria de “bravata ideológica”, lamentando que o BE tenha enveredado pela defesa de soluções que “agravariam a dívida pública” para um patamar crítico, assumindo que a intransigência negocial dos bloquistas terá estado na origem do “problema muito difícil” que foi criado ao país, não mostrando, por isso, abertura à proposta avançada por Catarina Martins de um futuro contrato escrito entre o PS e o BE para os próximos quatro anos.

Neste frente-a-frente, na RTP, entre António Costa e a líder do BE, Catarina Martins, foram ainda discutidas as políticas da saúde, do trabalho e da Segurança Social, alguns dos temas que estiveram também na base do desacordo entre bloquistas e o Governo na discussão e no posterior chumbo do Orçamento do Estado para 2022, com o Secretário-geral socialista a refutar vigorosamente a acusação de que houve uma mudança de comportamento ao longo da legislatura nas várias reuniões que o Governo do PS manteve com os seus parceiros parlamentares à esquerda.

O que verdadeiramente se passou, segundo o líder socialista, e que de algum modo se mantém, é que nos deparamos “com dois Blocos de Esquerda: um que aparece na campanha eleitoral que é mel, e um outro que atua na Assembleia da República que é cheio de fel”, lamentando que o BE só esteja disponível para “somar o seu voto à direita e à extrema-direita para chumbar o Orçamento do PS”, concluindo que “aquilo que votam não é para avançar, é para parar”, e o país, como sustentou, “não pode parar”.

Aumentou o investimento no SNS

Em relação a alguns dos temas mais específicos do debate, o Secretário-geral e primeiro-ministro voltou a garantir que, a exemplo do vem sucedendo desde 2016 com os governos do PS, também nesta legislatura houve um reforço do SNS, sobretudo “em termos de recursos humanos”, aproveitando para acusar o BE de, ao chumbar o OE e provocar eleições, ter aberto a porta a “um eventual Governo do PSD que irá revogar a atual lei de Bases do SNS”.

Já em relação à questão do trabalho, António Costa lamentou a posição assumida pelo BE, por ter adiado a aprovação pelo Parlamento da ‘Agenda para o Trabalho Digno’, dossiê que considera “essencial” para “combater a precariedade”, tendo ainda o líder socialista introduzido o tema da Segurança Social para acusar a proposta dos bloquistas, apresentada no âmbito da discussão do OE para este ano, referente ao fim da aplicação do fator de sustentabilidade para pensionistas alvo de dupla penalização por reforma antecipada, de se tratar de uma proposta irrealista, que “custaria ao sistema mais de 480 milhões de euros” por ano.

Para o líder socialista e primeiro-ministro, são medidas como esta, pouco pensadas e sobretudo irrefletidas, que poderão “minar a sustentabilidade do sistema público e a confiança na Segurança Social por parte dos cidadãos”, o que poderia escancarar as portas, como acrescentou, “às correntes liberalizadoras que defendem a introdução de um sistema misto no país”.

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