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António Costa afirma que vai continuar a ser “irritantemente otimista”

António Costa afirma que vai continuar a ser “irritantemente otimista”

O secretário-geral do PS afirmou ontem, num comício do seu partido em Loulé, que vai continuar a ser "irritantemente otimista", numa alusão à caracterização que lhe foi feita pelo Presidente da República em 2016.
António Costa afirma que vai continuar a ser “irritantemente otimista”

António Costa citou pela primeira vez esta expressão de Marcelo Rebelo de Sousa logo no início do seu discurso, quando agradeceu as palavras de apoio que recebera minutos antes do poeta Nuno Júdice.

“Nuno Júdice, quero prometer-lhe o seguinte: Continuarei a ser irritantemente otimista”, disse, recebendo palmas da plateia, dizendo, depois, que o seu otimismo se baseia numa ideia de “confiança no país e numa enorme confiança nos portugueses”.

“Sabia que íamos conseguir”, sustentou, num discurso em que ainda se referiu por mais duas vezes ao seu “irritante otimismo”, segundo o Presidente da República.

De acordo com António Costa, nos últimos quatro anos, em Portugal, houve uma mudança do estado de espírito coletivo.

“Temos de continuar irritantemente otimistas, porque há mais e melhor para fazer. Nós não estamos acomodados com o que já conseguimos alcançar. Nós não estamos aqui para festejar o que fizemos. Estamos aqui porque temos mesmo vontade de seguir em frente e de fazer o que ainda não está feito”, declarou, dando como exemplos projetos como a eletrificação da linha ferroviária do Algarve, ou a construção do novo hospital central desta região do sul do país.

O secretário-geral do PS falou ainda do seu alegado “irritante otimismo” a propósito do ‘Brexit’ e do atual cenário de instabilidade internacional.

“Temos de continuar a seguir em frente e a governar com peso, conta e medida, mas também com a ambição e com irritante otimismo para que os portugueses continuem a viver melhor”, acrescentou.

António Costa avisa que “as coisas podem voltar para trás” e associa estabilidade ao PS

O secretário-geral socialista afirmou que quem quer estabilidade, com mais quatro anos do atual Governo, deve votar no PS, numa intervenção em que falou na possibilidade de o PSD reverter medidas como os novos passes sociais.

O secretário-geral do PS disse que, durante essa arruada, sem a presença de jornalistas, encontrou espanhóis que elogiaram a estabilidade política em Portugal e que tinham muita curiosidade em perceber como o país tinha evoluído nos últimos anos, para mais tendo por base “uma solução de Governo minoritária em que poucos acreditavam”.

O líder socialista tirou depois as seguintes conclusões: “Para evitar termos a instabilidade dos nossos vizinhos, para continuarmos a ter a estabilidade que temos, é preciso dar força ao PS”.

De acordo com António Costa, neste momento, “há muita gente a fazer contas sobre as eleições”, mas há uma coisa que, na sua perspetiva o PS já sabe.

“Sabe que as eleições não se ganham ou perdem nas sondagens, sabe que as eleições só se perdem e só se ganham nas urnas – e quem vai votar vota no partido que deseja que governe. Quem quer mais quatro anos de estabilidade com um Governo do PS, deve votar no PS. Quem não quer mais quatro anos de estabilidade com um Governo do PS, então tem uma enorme liberdade de escolha”, sustentou, num discurso em que fez vários ataques ao PSD.

Nesta parte do seu discurso, o secretário-geral do PS referiu-se às críticas feitas pelo presidente do PSD, Rui Rio, à forma como foram introduzidos os novos passes sociais.

“Disse que era só um benefício para os lisboetas e para os portuenses, mas é falso, porque se trata de um benefício que existe em todas as comunidades intermunicipais. No Algarve, já há um passe único, de 40 euros, que abrange não só o transporte rodoviário, como também o da CP. Não doutor Rui Rio, quem está em Faro ou em Portimão ou em Lagos, não está em Lisboa nem no Porto – e tem direito aos novos passes sociais”, disse.

Pegando neste caso, António Costa considerou depois que é precisamente por este tipo de atuação do PSD “que é preciso dar força ao PS”.

“Nós conhecemos bem aqueles que diziam que nada disto era possível, porque fazendo tudo o que se propunha vinha aí o Diabo. Com tanto medo do Diabo, nada nos garante que eles, chegando ao poder, para evitar o Diabo, não façam tudo andar para trás – e os passes desapareçam, os salários voltem a ser cortados, as pensões também e com os impostos a aumentar”, declarou o secretário-geral do PS.

Dirigindo-se a uma plateia com centenas de socialista, disse: “Não, connosco o Diabo não vem, mas connosco o país não volta a andar para trás”.