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Abstenção é uma “doença da cidadania” que é preciso combater

Abstenção é uma “doença da cidadania” que é preciso combater

O líder parlamentar do PS elegeu ontem, na Região Autónoma dos Açores, os três maiores adversários das eleições europeias do próximo domingo: a abstenção, o “desrespeito” do PSD nacional pelos Açores e o “desrespeito do PSD-Açores pela democracia”.
Abstenção é uma “doença da cidadania” que é preciso combater

A poucos dias das eleições para o Parlamento Europeu, Carlos César discursou na ilha de São Miguel para uma sala cheia, onde elogiou o candidato do PS-Açores às eleições europeias, André Bradford. “É um político conhecedor da nossa região, acessível ao diálogo sem o qual a política vale muito menos, e sobretudo muito preparado para responder de imediato aos desafios que a nossa região terá no contexto europeu”, descreveu.

Depois de deixar a certeza de que “o André Bradford será um grande deputado europeu”, o também presidente do PS frisou que os Açores tiveram que lutar, durante a campanha, “contra a indiferença, porque a abstenção é a doença da cidadania, é a condenação da democracia e não uma advertência aos políticos ou à política”, contra “o desrespeito dos centralistas pelos Açores”, e ainda “contra o desrespeito do PSD-Açores”, que faltou “ao seu dever de participação”, abdicando de ter um candidato para estas eleições. “Numa atitude sem precedentes entre nós, num partido com responsabilidades históricas, vira as costas à sua terra como se nem sequer soubesse que há eleições no próximo domingo. Uma vergonha para o PSD”, lamentou.

Já o PS nacional tomou a “opção clara e quase natural” de assegurar “um lugar que não só é claramente elegível para os Açores, como é um lugar de destaque. Fico satisfeito como presidente do PS nacional e como militante açoriano que assim tenha sido”, revelou.

Carlos César aproveitou ainda para criticar o desprezo que Rui Rio demonstrou ter pelos Açores: “O líder nacional do PSD desconsidera-nos porque, nas suas palavras, somos meia dúzia, valemos pouquinho. E o máximo que merecíamos, para Rui Rio, era um funcionário num gabinete de assessores de uma deputada da Madeira”.

“Mas esta miséria partidária do PSD teve, ao menos, uma grande virtude da qual não nos podemos esquecer: ficámos a saber o PSD que temos cá, ficámos a saber o PSD que temos lá. Os PSD de cá não contam lá, os PSD de lá não querem saber dos de cá”, alertou.

E deixou um recado aos social-democratas: “Não venha o PSD, por isso, quando chegarmos às eleições de outubro para o Governo da República pedir o voto em Rui Rio, os açorianos não entregam votos a políticos que nos desprezam”.

PS apostou em candidatos que compreendem os Açores

O líder parlamentar do PS também se congratulou por o partido ter apostado em candidatos ao Parlamento Europeu que “compreendem os Açores e que não limitam essa sua compreensão a promessas de futuro, são pessoas que têm testemunhos no passado”. E deu o exemplo do cabeça-de-lista Pedro Marques, já que “uma das suas primeiras medidas foi dizer como é possível que as obrigações do serviço público do transporte aéreo entre ilhas que o Governo da República paga na Madeira nunca tenham sido pagas pelo Governo da República nos Açores. E tomou essa medida”.

Carlos César salientou também uma das suas últimas medidas, quando, “perante as dificuldades do Governo Regional de ter os fundos comunitários europeus suficientes para intervir como pretende em vários portos de várias ilhas da nossa região”, Pedro Marques se mostrou disponível para reforçar os fundos. “E assim o fez, comunitários para os Açores e para essas obras”, recordou.

Já “o cabeça de lista do PSD ao Parlamento Europeu [Paulo Rangel] tem uma vantagem: nunca nos fez mal”. Com ironia, o presidente do PS considerou que “o problema é que nunca fez bem a ninguém”.

Carlos César voltou a defender que as eleições europeias “constituem também, noutra vertente, o testemunho para memória futura” daquilo que todos os portugueses pensam do desempenho do Governo nacional e do Governo Regional dos Açores. “No país, orgulhamo-nos do trabalho que temos feito, demos mais proteção e mais segurança para as pessoas e para as famílias, ativámos a economia e apoiámos e recuperámos muitas empresas”, sublinhou o presidente do Partido Socialista, lembrando que o mesmo foi feito nos Açores, “transformando uma região onde as oportunidades hoje são maiores, tal como a sua notoriedade e o seu prestígio no exterior têm sido melhorados”.

“Isso deve-se, por um lado, no plano nacional, à liderança de António Costa e, por outro lado, à liderança esclarecida do nosso Vasco Cordeiro na nossa região”, enalteceu. É por isso que o Partido Socialista merece “uma grande vitória” nas eleições europeias do próximo dia 26 de maio.