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Abstenção deve motivar “reflexão profunda” de todos

Abstenção deve motivar “reflexão profunda” de todos

António Costa considerou que a elevada taxa de abstenção que se voltou a observar nas eleições para o Parlamento Europeu é motivo de “reflexão profunda” para todo o sistema político, mas também para os órgãos de comunicação social.
Abstenção deve motivar “reflexão profunda” de todos

Apesar de mais eleitores terem votado nas europeias deste domingo, relativamente ao sufrágio de 2014, a taxa de abstenção cifrou-se nos 68,89%, ainda com alguns votos por apurar, ligeiramente acima dos 66,09% de há cinco anos. Números que, na opinião do primeiro-ministro e líder socialista, convocam a uma reflexão sobre as suas causas.

“Isso só demonstra que não é possível falar-se de Europa apenas no período de campanha eleitoral. Deve ser um motivo de reflexão profunda seguramente para o sistema político, mas, também, para os diferentes órgãos de comunicação social”, assinalou.

António Costa advertiu que “se há este grau de desinformação, ou de menor interesse, dos cidadãos relativamente à União Europeia, isso também quererá dizer alguma coisa sobre a informação que é divulgada”.

Embora reconhecendo que se trata, em primeiro lugar, “de uma questão de decisão de quem votou e não votou”, o líder socialista apontou para a necessidade de se trabalhar no sentido de aproximar os cidadãos das decisões e dos decisores europeus, sublinhando, também, o papel que cabe a quem veicula a informação e constrói a perceção da mesma.

“A repetição, ano após ano, da ideia de que as decisões são tomadas em Bruxelas sem a participação de cada país, de cada Governo e de cada cidadão, cria naturalmente um grande afastamento por parte dos eleitores relativamente aos processos europeus”, justificou.

Referira-se, como dado positivo, que o número de portugueses votantes no estrangeiro mais do que duplicou, passando dos 5.100 em 2014 para os 12 mil este ano. Um pequeno passo no sentido de uma maior participação eleitoral das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, reflexo da implementação do recenseamento automático, da melhoria das condições logísticas e do reforço, em mais de 20%, das secções de voto.