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Abrir o Partido à sociedade

Abrir o Partido à sociedade

“É preciso que o PS volte a abrir as suas portas”, como o fez nas primárias em que se conseguiu mobilizar tantas pessoas em torno do PS, para termos “um partido mais participado” e nos quais “os militantes se sintam decisores daquilo que é a estratégia do Partido”, defendeu este sábado a Secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes.
A nossa Europa

Num fim de semana marcado pelos congressos federativos do Partido Socialista que aconteceram por todo o território nacional, Ana Catarina Mendes, que esteve presente no encerramento das reuniões magnas da FAUL e Viana do Castelo, dirigiu-se às centenas de militantes que participaram em congressos “de portas abertas” destacando “a importância da militância e dos partidos políticos nas democracias”, pois “não se constroem democracias fortes sem partidos fortes”.

Num contexto europeu marcado pela desconstrução do estado social, por uma destruição dos direitos sociais, pelos egoísmos em vez do reforço da solidariedade e pela incapacidade de a Europa dar uma resposta à crise dos refugiados, pela crise do projeto e dos valores europeus, a dirigente socialista salientou que Portugal tem sido um caso ímpar, resistindo ao surgimento de partidos populistas e extremistas.

Algo, salientou, em que o Partido Socialista tem desempenhado um papel determinante ao longo da sua história, pelo sua ação, pela sua ambição de futuro e de solidariedade – tão bem expressos em momentos como a consolidação da democracia, a entrada na União Europeia, a entrada na moeda única e, agora, como voltou a ficar bem evidente, nos acordos estabelecidos com os partidos mais à esquerda do PS para se virar a página da austeridade levada a cabo pela direita.

Ana Catarina Mendes destacou também a importância de o partido estar mobilizado e orgulhoso da sua militância e de se “abrir à sociedade”, “estabelecendo pontes e compromissos com movimentos sociais”.

“É preciso que o PS volte a abrir as suas portas”, num processo como foi o das primárias, em que se conseguiu mobilizar tantas pessoas em torno do PS, para que voltemos a ter “um partido mais participado” e no qual “os militantes se sintam decisores daquilo que é a estratégia do partido”.

A dirigente referiu ainda que no próximo Congresso Nacional será dirigido um convite a todos os militantes para que, em alternativa às tradicionais moções setoriais, possam ser levados a discussão temas propostos por 20 militantes, sejam ou não delegados, trazendo com estes debates maior diversidade ao PS.

Numa alusão ao trabalho já realizado pelo Governo, Ana Catarina Mendes sublinhou as três áreas essenciais em que esta nova governação já marcou o país nestes primeiros 100 dias: a devolução do rendimento às pessoas – devolvendo os cortes na função pública, no aumento do salário mínimo, repondo os mínimos sociais, criando um complemento salarial para os rendimentos mais baixos; o redinamizar a economia – dotando as empresas de mais capacidade para poderem gerar mais riqueza, apostando no programa «100 dias 100 milhões», distribuindo fundos comunitários às PME; e na aposta na modernização do Estado – lançando um novo Simplex, apostando na descentralização ou na eleição nas novas CCDR. Iniciativas estas, salientou, que nos são trazidas não por força das coligações mas pelos compromissos do programa eleitoral do PS, do programa de Governo e do Orçamento do Estado do PS.

E é isto que estamos a cumprir, “neste esforço de estarmos de novo a transformar o país e darmos melhores condições de vida aos nossos cidadãos”, assinalou.

Por fim, a Secretária-geral adjunta, destacando a importância do trabalho feito pelos autarcas e militantes socialistas, acentuou a importância do desafio autárquico, que disse ser “o grande desafio que se colocará a partir do Congresso Nacional”.

Um desafio, acentuou, que depende de duas condições essenciais: “Um Partido Socialista mobilizado, participado e aberto à sociedade” e um Governo “que não falhe nas suas promessas com os eleitores, nos compromissos com os parceiros que o apoiam e nos seus compromissos internacionais, porque os autarcas necessitam de um Governo forte que ajude a credibilizar a palavra dada”.