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“A cerimónia do Adeus” patente até 10 de junho

“A cerimónia do Adeus” patente até 10 de junho

A exposição “A cerimónia do Adeus, o funeral de Estado de Mário Soares visto pelos fotógrafos”, ontem inaugurada por ocasião do tributo ao antigo Presidente da República e fundador do Partido Socialista, no dia em que se completou um ano da sua morte, vai estar patente até dia 10 de junho, na galeria de exposições temporárias da capela do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
“A cerimónia do Adeus” patente até 10 de junho

Com curadoria de José Manuel dos Santos, a mostra consiste em 49 fotografias de fotojornalistas que acompanharam as cerimónias fúnebres de Soares, em janeiro de 2017.

José Manuel dos Santos, que trabalhou com Mário Soares durante mais de 20 anos e de quem foi amigo por mais de quatro décadas, referiu-se ao funeral de Estado, retratado na exposição, como tendo representado “uma espécie de leitura da vida dele, tem os símbolos e os valores da vida dele”.

“Foi um grande ritual do Estado e ao mesmo tempo uma espécie de liturgia cívica”, comentou, acrescentando que a exposição “reflete a vida dele, mais do que a morte”.

José Manuel dos Santos elaborou ainda que, nesta mostra, Soares é “o grande ausente presente”.

“Ele não está, a não ser nalgumas fotografias que apareceram nos edifícios ou que algumas pessoas trouxeram na mão, ele é o grande ausente presente desta exposição. Nós poderíamos ter começado a exposição com uma fotografia dele, que não fosse a do funeral, mas achámos que esta exposição tem a intensidade e a força da presença dele e não precisa disso”, afirmou.

Recordou, depois, que Mário Soares apreciava a fotografia, gostava de ser fotografado e costumava olhar para as suas imagens “à procura de algo sobre si próprio”.

“Mário Soares era um homem que achava que a política era feita com pessoas e para as pessoas e que o melhor político era aquele que tinha a argúcia e a sensibilidade para perceber o que as pessoas queriam, e que às vezes não diziam, para perceber as expectativas, os anseios”, contou. “Às vezes usava essas fotografias para dialogar connosco sobre si próprio”.

A inauguração da exposição fez parte de um tributo a Mário Soares, um ano depois da sua morte, organizado pela Câmara de Lisboa, e que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, do primeiro-ministro e Secretário-geral do PS, António Costa, e do presidente do município lisboeta, Fernando Medina, visitaram a mostra e deixaram mensagens no livro de honra.