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Violência doméstica é “pandemia global” e diz respeito a todos

Violência doméstica é “pandemia global” e diz respeito a todos

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta segunda-feira, em Paris, que o fenómeno da violência doméstica constitui uma “pandemia global”, deixando o apelo, numa alusão a um velho provérbio popular, de que “entre marido e mulher temos mesmo que meter a colher quando está em causa a violência e a proteção e dignidade das pessoas”.
Violência doméstica é “pandemia global” e diz respeito a todos

“Há uma pandemia global no que se passa hoje em matéria de violência doméstica e o número de homicídios é uma pequena parte, brutal, dessa realidade imensa que é a violência doméstica. Se tivermos conta que até setembro foram apresentadas 22 mil queixas por violência doméstica, mostra-nos a dimensão deste fenómeno”, disse o líder do Executivo.

António Costa visitou esta manhã a sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em Paris, reunindo-se com a sua diretora, Audrey Azoulay, e os embaixadores dos países da CPLP, e onde se assinalava também o dia da eliminação da violência contra as mulheres.

“Aquele velho ditado que entre marido e mulher não se mete a colher tem de ser definitivamente erradicado do nosso pensamento e da nossa ação. Entre marido e mulher temos mesmo que meter a colher quando está em causa a violência e a proteção e dignidade das pessoas”, disse o primeiro-ministro, salientando que este não é um fenómeno que toque apenas as gerações mais velhas.

“Muita gente julgava que era um fenómeno das gerações antigas, mas sabemos que a violência no namoro é uma realidade muito presente nas novas gerações que não pode ser reduzida a uma dimensão institucional porque diz respeito a todos”, afirmou António Costa, relembrando a importância da estratégia nacional de combate à violência doméstica, já aprovada pelo Governo do PS na anterior legislatura.

Recorde-se que, na passada sexta-feira, o Governo realizou uma conferência onde fez um balanço das medidas de prevenção e combate ao flagelo da violência doméstica. Na conferência, protagonizada pelas ministras de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e da Justiça, Francisca Van Dunem, o Executivo alertou para os números ainda muito preocupantes de vítimas deste flagelo social e criminal, destacando a existência, hoje, de mais informação disponível e de uma melhor rede de resposta, apontando ainda para a necessidade de reforçar medidas de prevenção, a par de medidas de ação integrada no âmbito da saúde e da justiça.