home

Vida de um ser humano tem de ter o mesmo valor em Gaza e na Ucrânia

Vida de um ser humano tem de ter o mesmo valor em Gaza e na Ucrânia

O deputado do PS Capoulas Santos criticou hoje a União Europeia por não estar a ser “suficientemente enérgica na condenação da violação dos direitos humanos em Gaza” e deixou claro que “a vida de um ser humano tem de ter o mesmo valor em Gaza e na Ucrânia”.

Publicado por:

Acção socialista

Ação Socialista

Órgão Nacional de Imprensa

O «Ação Socialista» é o jornal oficial do Partido Socialista, cuja direção responde perante a Comissão Nacional. Criado em 30 de novembro de 1978, ...

Ver mais

Notícia publicada por:

Capoulas Santos

“A Europa e o mundo não vivem, infelizmente, os seus melhores dias e alguns líderes, europeus e ocidentais, parecem estar cada vez mais distantes de uma realidade que se move cada vez mais depressa e nos deixa progressivamente mais sós”, comentou Luís Capoulas Santos durante o debate preparatório do Conselho Europeu, com a participação do primeiro-ministro, numa intervenção em que revelou que decidiu não voltar a candidatar-se a deputado, cargo para o qual foi eleito por sete vezes pelo distrito de Évora.

Dirigindo uma palavra de agradecimento a António Costa, a quem garantiu que “a História fará justiça mais cedo do que tarde”, o deputado do Partido Socialista focou-se no Médio Oriente, analisando que, “depois da estupefação e do horror que nos provocaram os bárbaros atentados terroristas do Hamas, assistimos há semanas a uma desproporcional retaliação que, sob a invocação do legítimo e imperativo direito de defesa de Israel, está a infligir uma punição coletiva a todo um povo, provocando deslocações massivas de populações”, bem como “uma enorme tragédia humanitária”, numa “clara violação das leis da guerra e do direito à proteção das populações civis”.

“Apesar das corajosas declarações do Alto Representante para a Política Externa, Joseph Borrell, e dos governos de alguns Estados-membros, a União Europeia, no seu conjunto, não tem sido suficientemente enérgica na condenação da violação dos direitos humanos em Gaza e nos esforços para evitar o elevado risco de colapso humanitário invocado pelo secretário-geral da ONU na sua desesperada tentativa visando um cessar-fogo, que o veto americano no Conselho de Segurança fez fracassar, apesar da retórica de Blinken”, lamentou.

Assim, o presidente da Comissão Parlamentar de Assuntos Europeus deixou um alerta: “Os direitos humanos não podem estar sujeitos a dois pesos e duas medidas. A vida de um ser humano tem de ter o mesmo valor em Gaza e na Ucrânia, ou em qualquer outra parte do mundo”.

Capoulas Santos congratulou-se, em seguida, com o projeto de conclusões do Conselho Europeu no que diz respeito à Ucrânia, “reafirmando as posições que a União Europeia, desde o fatídico dia 24 de fevereiro de 2022, tem assumido nos planos humanitário, político, financeiro e militar”.

Relativamente à “complexa questão dos novos alargamentos”, Capoulas Santos notou que existe “uma grande heterogeneidade de situações, desde a atribuição do estatuto de país candidato à Geórgia, passando pela abertura de negociações de adesão, com mais ou menos condicionantes, com a Ucrânia, a Moldávia e a Bósnia-Herzegovina, até à complexa e arrastada questão dos restantes países dos Balcãs Ocidentais, onde a situação difere muito de país para país, sem esquecer a Sérvia, cujo desalinhamento com a política externa e de segurança da União Europeia é por demais evidente”.

“O Projeto de Conclusões do Conselho segue, basicamente, as propostas da Comissão, mas, tendo em conta o que tem sido a postura de alguns Estados-membros, antevê-se um debate difícil, que no caso da Ucrânia, a ser bloqueada a proposta, pode enfraquecer ainda mais a sua posição no plano externo e deixar a União numa posição pouco confortável, sobretudo depois de tantas expectativas criadas”, avisou o deputado do PS.

No final da sua intervenção, Capoulas Santos previu que a reunião do Conselho Europeu será “difícil”, mas ressalvou que as suas “conclusões, ou falta delas, dirão muito sobre o estado atual da União”.

ARTIGOS RELACIONADOS