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Seguro dá segunda oportunidade ao governo para adenda de crescimento

Seguro dá segunda oportunidade ao governo para adenda de crescimento

António José Seguro informou hoje, numa conferência de imprensa, na sede nacional, que o PS vai “reapresentar” no Parlamento a proposta de um ato adicional ao tratado orçamental europeu, desafiando o Governo a juntar-se ao novo “consenso europeu” em torno da necessidade de medidas para estimular o crescimento económico.

“Com a vitória de François Hollande, a adenda para o crescimento e o emprego ganhou uma nova voz e uma maior força política”, disse Seguro, acrescentando que “são cada vez mais as vozes que falam em crescimento e em emprego, até na família conservadora a que pertencem PSD e CDS”.

“Este é o momento das decisões. Abre-se uma janela de esperança, uma oportunidade para consolidar este consenso. O PS dá uma segunda oportunidade ao primeiro-ministro e ao Governo para se juntarem ao consenso europeu em torno do emprego e do crescimento económico (…) Nesse sentido, o PS vai reapresentar no Parlamento a proposta de adenda ao tratado europeu para o emprego e o crescimento económico”, afirmou o líder do PS.

O secretário-geral do PS sublinhou que esta “é uma oportunidade para o Governo e para os partidos que o apoiam inverterem o caminho e juntarem-se ao PS e aos que não cruzam os braços, aos que recusam ver o recorde dos desempregados em Portugal como uma fatalidade”.

“É uma oportunidade para o Governo se redimir da sua estratégia e assumir com coerência, sem hipocrisia, um diálogo com outros Governos europeus para se concretizar uma agenda que visa criar riqueza e postos de trabalho”, acrescentou, considerando que “a agenda do crescimento e do emprego está em cima da mesa dos dirigentes europeus” depois da derrota do “diretório Merkel-Sarkozy”, com que o primeiro-ministro e o Governo português “alinharam”, de “forma submissa”, optando pela “austeridade excessiva”.

Hoje há o “reconhecimento generalizado de que é necessário completar a austeridade com políticas de emprego e de crescimento”, como o PS “sempre” disse, afirmou Seguro, lembrando que os socialistas portugueses foram os primeiros a propor um ato adicional ao tratado europeu, aquando da sua votação na Assembleia da República, iniciativa que foi chumbada pela maioria PSD/CDS.

“A Europa já demorou demasiado tempo a lidar com esta crise, tem lidado de uma maneira errada e, infelizmente para as pessoas, os problemas têm-se agravado, sobretudo ao nível do desemprego. E neste momento, aquilo que se exige, com esta lufada de ar fresco na Europa é que todos possamos trabalhar no sentido de que esta agenda possa ser adotada e concretizada e pôr de lado a política de austeridade excessiva que tem conduzido a Europa a ter cada vez mais problemas e menos soluções”, realçou.

Para António José Seguro, a inversão na política europeia é inevitável e “quem não compreender os sinais que vieram da França e da Grécia [com os resultados das eleições de domingo] não está à altura dos tempos para liderar o projeto europeu”.

O líder socialista sublinhou ainda que “o PS mantém o seu rumo” e assume “todos” os seus compromissos.

“E por isso não tivemos nenhuma dúvida em aprovar o tratado europeu. Aprovámo-lo em nome da disciplina e do rigor orçamental, aprovámo-lo em nome da nossa continuação na zona euro. Mas esse tratado é desequilibrado, é insuficiente, olha só para o lado da austeridade”, apontou.