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Regime especial de proteção para profissionais de saúde com filhos

A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou no domingo que os profissionais de saúde vão beneficiar de um regime especial para o acompanhamento dos filhos.
 
 
Marta Temido adiantou que o governo já assinou o diploma para estabelecer este regime excecional, que se destina, essencialmente, para os agregados familiares em que só haja um progenitor ou em que ambos sejam profissionais de saúde, e que permite três modalidades de resposta.
 
“Desde logo, o apelo para que as entidades empregadoras organizem o trabalho dos profissionais, de modo a que não trabalhem simultaneamente”, começou por apontar.
 
A segunda opção é a possibilidade de os profissionais de saúde terem escolas a funcionar, de vários níveis de ensino, que poderão ser frequentadas também por crianças de pais com profissões essenciais, como as forças de segurança.
 
Este regime permite também que os profissionais de saúde possam transferir para uma pessoa, por sua designação, um subsídio que eles próprios receberiam se ficassem em casa a tomar conta dos filhos.
 
Relativamente aos agregados familiares em que apenas um dos progenitores é profissional de saúde, Marta Temido referiu que a criança deverá ficar ao encargo daquele que não é.
 
 
Evolução “dependerá também do nosso comportamento”
 
Na conferência de imprensa diária para o balanço sobre a evolução da pandemia de Covid-19, a ministra da Saúde referiu também que, com os dados disponíveis à data, é previsível que a curva epidemiológica do novo coronavírus “aumente pelo menos até ao final de abril”, sublinhando que o comportamento da mesma “dependerá também do nosso comportamento individual”.
 
Marta Temido deixou também claro que depois desta fase haverá “ainda casos de doença”.
 
“Temos que nos preparar para este cenário e para esta realidade que é, provavelmente, a realidade que nos espera”, acrescentou.
 
Marta Temido referiu-se, de seguida, ao início de uma semana em que muitos setores retomam o trabalho, deixando um apelo de que é “importante que esse trabalho aconteça disciplinadamente”.
 
“A melhor forma de nos ajudarmos uns aos outros é garantir que aquilo que não são atividades imprescindíveis sejam temporariamente suspensas, adiadas e aquilo que são atividades em nome do bem comum, do interesse comum do normal funcionamento da sociedade, continuem”, sublinhou.
 
A governante dirigiu, depois, uma palavra aos profissionais de saúde, afirmando ser “com muita emoção e solidariedade” que se assiste a manifestações, como ainda no sábado à noite se fizeram sentir, “de apoio aos profissionais de saúde”.
 
“Eles são o melhor do sistema de saúde e merecem todo o nosso apoio”, enalteceu, garantindo que o Governo tudo fará para os proteger.
 
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, já registou 331 casos de infeção confirmados em Portugal, de acordo com os dados atualizados esta segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde. Entre os casos identificados, mais de metade (192) estão a recuperar em casa, 139 estão internados, 18 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), e há três pessoas recuperadas.