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PSD e CDS esconderam e não resolveram os problemas da banca

PSD e CDS esconderam e não resolveram os problemas da banca

O deputado João Galamba acusou hoje o anterior Governo PSD-CDS de não ter assumido a verdadeira dimensão dos problemas do setor financeiro e o ex-primeiro ministro Passos Coelho de ter um discurso contraditório sobre aos problemas da Caixa Geral de Depósitos, sobre os quais nada fez com a intenção de a privatizar.

Num debate sobre a situação do setor financeiro em Portugal marcado pelo PS, o porta-voz do PS criticou o anterior Executivo por, no plano internacional, ter apresentado o problema do país como sendo essencialmente de finanças públicas, escondendo então a crise do setor bancário.

João Galamba disse que, até à saída de Portugal do resgate financeiro, foram escondidos os problemas no Banco Espírito Santos (BES) e no Banif, que depois tiveram pesados custos para os contribuintes, considerando que o programa de ajustamento financeiro da banca feito pelo anterior Governo só pode ser considerado como “um enorme fracasso”.

“O problema não só não foi assumido na sua verdadeira dimensão, o problema não foi depois solucionado e até se agravou nos anos seguintes”, afirmou o porta-voz do PS, acusando o PSD e o CDS de virem atacar agora quem pretende resolver o problema.

Além de ter tido que resolver o problema o problema do Banif, Galamba recordou que o Governo se “depara agora com um setor financeiro que tem necessidades de capital adicionais e um problema de crédito mal parado, esse não só resolvido em 2012 e 2013, mas agravado subsequentemente”.

“PSD e CDS sempre quiseram apresentar a crise portuguesa como uma crise centrada nas finanças públicas e da responsabilidade do Estado, quando ela é acima de tudo um problema do setor financeiro e de endividamento do setor privado”, afirmou, acusando ainda os partidos do anterior Governo de terem desperdiçado o programa de recapitalização financeira de 2012-2013 para garantir a solidez da banca, usando-o antes para “encher um balde furado”, como se “atirando-se com uma quantidade grande de dinheiro para cima do problema, ele misteriosamente resolvia-se”.

Antes, João Galamba recordara o discurso do anterior Governo de direita em 2013 e 2014, segundo o qual “o ajustamento no setor financeiro ia de vento em popa, os bancos estavam sólidos e podiam recomeçar a desempenhar a sua função, isto é, garantir um fluxo de crédito normal à economia”, apontando depois a sucessão de problemas nos bancos, como o BES e o Banif, que obrigaram à injeção de dinheiros públicos apesar dos discursos tranquilizadores dos responsáveis pelo anterior Governo.

“Não havia nenhuma preocupação com o Banif, a única preocupação era com a Caixa porque não era capaz de devolver os 900 milhões de CoCos que tinham sido injetados no processo de capitalização de 2012”, afirmou, sublinhando a contradição do discurso de Pedro Passos Coelho em relação à Caixa Geral de Depósitos que, enquanto primeiro-ministro, manifestou em setembro de 2015, durante a campanha eleitoral, a sua estranheza e preocupação por a CGD não ter devolvido os 900 milhões de CoCos, e, agora como deputado, dizer há dois dias que a Caixa precisa de 2.400 milhões de euros, segundo as contas do PSD.

“Não se entende como é que alguém que reconhece que a Caixa precisa de capital, ao mesmo tempo diz que a Caixa não tenha devolvido os CoCos em Setembro de 2015. Parece que antes das eleições o problema não existia para afinal agora ser finalmente reconhecido”, disse.

“O que queriam fazer na Caixa era não resolver o problema para tornar inevitável a sua privatização”, acusou João Galamba, já em resposta às acusações da bancada da direita.

“Lá por terem alterado a posição não nos esquecemos do que defenderam e o comportamento negligente no Banif e na Caixa é prova disso. Passos Coelho diz que está preocupado com a Caixa mas não diz uma palavra sobre o Banif”, disse, deixando claro que “o objetivo era degradar a Caixa para poder privatizá-la”.