Perante largas centenas de militantes e simpatizantes, a cabeça de lista do PS ao Parlamento Europeu lembrou que “o 25 de Abril de 1974 foi e é uma festa que não só pôs fim à mais longa ditadura da Europa ocidental e lançou as bases da nossa democracia”, mas “marcou também o início do nosso caminho em direção ao projeto europeu de paz e prosperidade partilhadas”.
Avisando que “Abril é construído todos os dias”, Marta Temido avisou que as conquistas de 74 precisam ser defendidas “nas escolhas que fazemos em cada ato eleitoral e também nas eleições que no dia 9 de junho nos levarão, enquanto cidadãos europeus, a votar para um novo Parlamento Europeu”.
Neste ponto, avançou com os “três compromissos que unem os candidatos que se apresentarão ao eleitorado nas listas do Partido Socialista”, assinalando como o primeiro desígnio “honrar a memória e o legado do PS relativamente ao projeto europeu e à construção europeia”.
“Se foi com Mário Soares que formalizamos o pedido de adesão à União Europeia, foi com governos socialistas, e com a liderança de primeiros-ministros socialistas, que houve escolhas decisivas em determinados momentos-chave para o avanço da própria construção europeia”, destacou.
No âmbito do segundo compromisso, Marta Temido garantiu que os eurodeputados socialistas que forem eleitos adotarão “sempre” uma postura proativa, “contribuindo com soluções para os principais problemas europeus e formulando propostas que conduzam ao desenvolvimento da Europa, servindo também os interesses nacionais”.
Desfazendo falsas ilusões, Temido avisou que “a atitude dos líderes é mesmo fundamental para definir a vida das instituições europeias”.
Por isso, enfatizou, “o papel de António Costa, um dos mais respeitados membros do Conselho Europeu nos últimos anos, com a sua incansável capacidade de acreditar e encontrar soluções, foi essencial para o presente e será essencial para o futuro da Europa”.
Já no terceiro compromisso “com a Europa que queremos”, a cabeça de lista do PS assegurou que os candidatos socialistas se apresentam às eleições europeias “com determinação e vontade de desenvolver as nossas sociedades e melhorar a vida dos europeus”.
“Para isso não podemos desvalorizar os muitos riscos que corremos”, alertou, apontando que a aproximação das eleições europeias obriga a refletir sobre “a ascensão de ideologias de extrema-direita em todo o continente, que ameaçam os alicerces do nosso país e de todas as democracias na Europa”.
“Esta é uma ameaça que exige da nossa parte uma atitude clara e forte”, sustentou, num apelo à mobilização de todos os “progressistas” para “enfrentarem com coragem, sem titubear, a maré do populismo, xenofobia, racismo e a maré dos ódios, que não nos conduzem a nada”.
Ao eleitorado português Marta Temido pediu que “saibam fazer escolhas que defendam aquilo que é o património destes 50 anos de democracia e liberdade”.
E concluiu a sua intervenção reafirmando que as escolhas dos socialistas em Estrasburgo irão refletir o ideário do PS ao nível das políticas de habitação, das políticas económicas, de combate às alterações climáticas, de migrações e da política fiscal, “em prol de um modelo de sociedade justo, de prosperidade e paz”.
Socialistas farão a diferença no Parlamento Europeu
Por sua vez, a candidata socialista ao Parlamento Europeu Ana Catarina Mendes deixou uma mensagem de agradecimento a “todos os que sonharam e lutaram para que Portugal viva, hoje, em Liberdade”.
Um legado de responsabilidade muito aplaudido, evocativo também do “protagonismo inquestionável do PS na construção de um Portugal desenvolvido”, como referiu Ana Catarina Mendes, apontando os avanços na igualdade, na educação, na saúde e na proteção social alcançados nos últimos 50 anos.
“Este é o Partido que se pode orgulhar das suas conquistas. Mas este é também o Partido que nunca se pode esquecer daquele que, lutando por um Portugal de Abril, lutou ainda para que hoje possamos ser reconhecidos na Europa e integrados num projeto de solidariedade de igualdade, de segurança e de paz, como é a União Europeia”, enfatizou, numa emotiva homenagem a Mário Soares.
Após saudar o trabalho dos autarcas socialistas no distrito de Setúbal, Ana Catarina Mendes manifestou “o grande orgulho que foi representar o PS e os setubalenses, há 25 anos, no Parlamento”.
“Chegou a altura de vos representar na Europa”, declarou, endereçando palavras de reconhecimento aos ex-eurodeputados Pedro Marques e João Albuquerque, pelo trabalho desenvolvido em Estrasburgo.
“Todos somos necessários no Partido Socialista”, sintetizou, garantindo que irá “abraçar este novo desafio europeu com a mesma determinação, convicção e amor à causa pública com que servira “o PS e os portugueses ao longo dos últimos 32 anos”.
No panorama nacional, Ana Catarina Mendes criticou fortemente o Governo de direita, por, “mais uma vez e como sempre fez no passado, falhar as promessas que fez aos portugueses”.
E por estar a fazer “uma purga política”, atirou, sustentando que nenhum socialista deve calar ou sentir medo “perante o saneamento político que está em curso, não por falta de competência, mas para acomodar os do PSD”.
Quanto à Europa, precisou, “ela não está a três mil quilómetros, mas em cada centro de saúde, cresce, escola e em cada centro de formação que beneficiou de fundos comunitários, em proveito do nosso desenvolvimento”.
No hemiciclo de Estrasburgo, prometeu Ana Catarina Mendes, “os socialistas portugueses farão a diferença, num contexto difícil de guerra e da ameaça da extrema-direita”.
Luta incessante pela igualdade e progresso
Na abertura do tradicional Jantar da Liberdade organizado pela Federação de Setúbal, um encontro que todos os anos assinala em simultâneo três momentos marcantes da vida política do país – a Fundação do PS a 19 de abril, o início da democracia a 25 de Abril e também o 1º de Maio, Dia do Trabalhador –, o dirigente socialista António Mendonça Mendes reiterou o compromisso dos socialistas setubalenses com a história do PS e com o legado do fundador, Mário Soares.
Neste evento, que contou com a presença do secretário nacional para a Organização, Pedro Vaz, Mendonça Mendes afirmou que, “mesmo na oposição, mesmo sem ser governo, os portugueses sabem que onde houver um socialista haverá uma vitória dos valores da solidariedade, da fraternidade e da igualdade”.
O PS, assegurou, “continuará no caminho da luta incessante pela igualdade de oportunidades e pelo progresso do nosso país”.
