Ana Catarina Mendes, que, no âmbito do roteiro de proximidade do Grupo Parlamentar do PS, visitou esta manhã a BioBIP, uma incubadora de empresas situada no Pólo Tecnológico do Politécnico de Portalegre, e a Selenis Evertis, empresa que opera na área dos plásticos (PET), regendo-se por elevados padrões ambientais, defendeu que o Politécnico de Portalegre “é um belíssimo exemplo não só de incubadora de empresas e de aposta no empreendedorismo, como também na aposta muito clara na transição climática”.
A líder parlamentar socialista, que estava acompanhada pelos vice-presidentes do Grupo Parlamentar do PS Constança Urbano de Sousa, Hortense Martins, Porfírio Silva e Luís Testa e pela deputada Martina Jesus, os dois últimos eleitos pelo círculo de Portalegre, sublinhou que 70% dos alunos deste Politécnico “são de fora do distrito, provando a excelência da sua oferta”. “O Instituto Politécnico de Portalegre usa a sua posição geográfica como ponto estratégico para a ligação transfronteiriça com Espanha. É fundamental conjugar as energias renováveis com a possibilidade de investimento na área da descarbonizarão da rede de gás natural e o centro de inteligência competitiva tirar proveito do cabo de dados que liga a América à Europa e que passa nesta zona do país”, apontou.
Já a empresa Selenis Evertis “é dos maiores empregadores do Alto Alentejo com um caráter diferenciador a nível europeu e mundial na indústria das embalagens, e desta forma produzir conhecimento e investigação científica para ajudar o ambiente”, salientou Ana Catarina Mendes, que asseverou que “o interior é tão central quanto estivermos dispostos a ver”.
Ora, “uma das consequências da pandemia em territórios desta natureza – onde sabemos que a densidade populacional baixa significativamente – foi fazer regressar muita gente”, evidenciou a dirigente socialista.
Ana Catarina Mendes explicou que, por um lado, regressaram os “filhos da terra”, que querem apostar no interior, “como o exemplo de algumas das empresas que aqui tivemos oportunidade de visitar”, e, por outro lado, “pessoas que não tendo nada a ver com estes territórios, procuram aqui novas oportunidades”.
Este fenómeno pode dar a “expectativa de maior desenvolvimento destas terras” e de uma “maior ligação das empresas ao conhecimento”, o que coincide com uma das ambições do Programa de Recuperação e Resiliência, notou a presidente da bancada do PS, que disse que “é precisamente esta vertente das agendas mobilizadoras que combinem as novas tecnologias com o desenvolvimento climático e com a transição climática e, sobretudo, com a produção de riqueza para fixar aqui pessoas”.
Ana Catarina Mendes aproveitou ainda para sublinhar a importância do poder local nestes projetos: “Nós não podemos ter projetos destes, que são muito ambiciosos e que estão a ser bem desenvolvidos, se tivermos um poder local que esteja de costas voltadas para esta criatividade. E, portanto, é preciso que os poderes públicos e os poderes privados se juntem para conseguirmos, de facto, um desenvolvimento como queremos”.
A cultura ao serviço do desenvolvimento económico e social
Durante a tarde, Ana Catarina Mendes, os vice-presidentes do Grupo Parlamentar do PS Porfírio Silva e Hortense Martins, eleita pelo círculo de Castelo Branco, e os deputados Nuno Fazenda e Joana Bento, igualmente eleitos pelo mesmo círculo, dirigiram-se a este distrito, onde visitaram o monumento natural das portas de Ródão, a Fábrica da Criatividade, pomares da empresa Joaquim Duarte e filhos, no Fundão, e o Centro de Inovação Empresarial da Covilhã.
A presidente da bancada socialista referiu que esta visita se baseou na “tónica da cultura ao serviço do desenvolvimento económico e social, com o envolvimento de todos os agentes”.
Voltando a mencionar o Plano de Recuperação e Resiliência, a dirigente socialista lembrou que a cultura é outro aspeto essencial deste documento, bem como a “questão da habitação e da necessidade de apoio à habitação, seja na recuperação destes centros históricos, seja na construção de casas com renda acessível de forma a que territórios como estes possam atrair as pessoas e que as pessoas se possam fixar”.
Revelando que durante a visita ouviu a “preocupação com a falta de população mais nova e a desertificação destes territórios”, Ana Catarina Mendes defendeu que, “na recuperação do país e depois desta pandemia”, se faça “um investimento que potencie o desenvolvimento económico e social, a recuperação das nossas terras e a fixação de mais valias de capital humano nestes territórios”.
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista tem vindo a percorrer todos os distritos do país com vista a preparar o debate sobre o Estado da Nação, que se vai realizar no dia 21 de julho, e perceber que consequências trouxe a pandemia ao território e, por outro lado, analisar como se pode recuperar tudo o que se perdeu neste ano.