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PRR: Agendas Mobilizadoras criam 18 mil novos postos de trabalho até 2026

PRR: Agendas Mobilizadoras criam 18 mil novos postos de trabalho até 2026

Os projetos que o Governo está a negociar, no âmbito do programa Agendas Mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), “vão gerar negócios com um volume de 3,6 mil milhões de euros e criar perto de 18 mil novos postos de trabalho”, garantiu esta manhã, em Lisboa, António Costa.

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António Costa, Agendas Mobilizadoras do PRR

No final da sessão de apresentação da segunda fase do concurso do programa Agendas Mobilizadoras, que esta manhã decorreu no Pavilhão do Conhecimento, no Parque das Nações, o primeiro-ministro, que tinha a ouvi-lo, entre outros, o ministro da Economia, António Costa Silva, e o comissário europeu para o mercado interno, Tierry Breton, depois de considerar que Portugal “está a avançar e bem na execução dos programas mais complexos do PRR”, contrariando as teorias dos mais céticos, lembrou que, dos 64 consórcios que chegaram à fase final, “51 foram já aprovados pelo júri”, com projetos que reúnem 1.226 entidades, das quais “933 empresas (de pequena e média dimensão) de diferentes naturezas e 111 associações do ramo da investigação”.

De acordo com António Costa, o “otimismo não é, nem pode ser, uma questão de fé”, mas antes uma atitude séria e sustentada, que reconhece o “enorme potencial de conhecimento” que hoje existe em Portugal, quer ao nível empresarial, quer científico, reafirmando a necessidade de se voltar a página do ceticismo e de se avançar para a concretização dos programas que o país se propõe realizar.

Quanto a investimentos, o primeiro-ministro lembrou que os projetos aprovados no âmbito do PRR envolvem valores na ordem dos 7,6 mil milhões de euros, verba que terá de ser investida até 31 de dezembro de 2026, dos quais dois mil milhões de euros “são incentivos à investigação e ao desenvolvimento”, recordando António Costa que as Agendas Mobilizadoras representam, de longe, o programa “mais complexo, difícil e exigente de todo o PRR”, garantindo, contudo, que o país está em condições de começar “desde já” a negociar os contratos de financiamento já aprovados.

Para o líder do executivo socialista, já não há dúvidas de que Portugal está mesmo não só a avançar e a concretizar o conjunto de projetos a que se propôs meter ombros, mas também a “reforçar e a robustecer o capital reprodutivo que o sistema científico e tecnológico necessariamente produz”, e não apenas, como referem alguns céticos, “a financiar estes projetos”, mas a reforçá-los para que daqui possam “surgir novos projetos e novos serviços”.

Qualidade dos projetos apresentados por Portugal

Na perspetiva do primeiro-ministro, até 2026, a economia portuguesa passará a contar com cerca de 2.207 novos serviços e produtos ou patentes, um processo que, segundo António Costa, decorrerá a par da criação de cerca de 18 mil novos empregos, dos quais “11.345 altamente qualificados”, e de um volume de negócios adicional que rondará “os 3,6 mil milhões de euros”.

Todos estes investimentos e novos projetos vão crescer “um pouco por todo o país”, garantindo o primeiro-ministro que “não há uma única região que não tenha pelo menos um projeto aprovado”. Reconhece, embora, que existe uma grande concentração de projetos principalmente nas regiões do Norte e do Centro, iniciativas que vão gerar e potenciar “três polos industriais fortes”, um em Matosinhos, outro em Setúbal e um terceiro em Sines.

Quanto à natureza dos projetos aprovados, António Costa mencionou, em primeiro lugar, o conjunto de projetos ligados à energia, designadamente em relação às baterias de lítio, hidrogénio verde e mobilidade, sendo que em relação à mobilidade a aposta passa sobretudo pela “conceção e produção do comboio português até à fileira das duas rodas, como a bicicleta elétrica ou à criação de novas viaturas”.

O outro bloco de projetos aprovados, lembrou ainda o chefe do Governo, está concentrado no digital, onde sobressaem as propostas relacionadas com matérias ligadas “à inteligência artificial, robótica, condução autónoma e fabricação de semicondutores”, sendo que um terceiro bloco, ainda de acordo com António Costa, passa pela “valorização de recursos endógenos”, que abrangem, nomeadamente, a “floresta, o mar, a pedra natural e a agroindústria”, mas também projetos que sejam capazes de responder “à resistência aos antibióticos na saúde ou para fomentar a eficiência energética na construção de habitação”.

Antes da intervenção do primeiro-ministro, já o comissário europeu para o mercado interno, Tierry Breton, tinha elogiado as propostas apresentadas por Portugal, com destaque para o projeto de modernização do porto de Sines e para a conclusão das interligações ibéricas com o resto da Europa, destacando a coincidência de objetivos estratégicos apresentados por Portugal e pela União Europeia, de atingir, até 2050, a neutralidade carbónica, assim como o caminho que ambas as partes defendem para que haja uma reindustrialização da Europa, “visando aumentar a autonomia estratégica do continente”.

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