Primeiro-ministro realça programa de realojamento já em curso e pede confiança no apuramento dos factos

Falando à margem de uma visita à associação “Ephemera”, no Barreiro, António Costa lembrou ainda que o atual Governo assumiu como “prioritária” a intervenção no bairro, estando já em curso um programa de realojamento para responder à necessidade de garantir habitação condigna.

“Não podemos dramatizar aquilo que são incidentes, nem banalizar a situação. Temos boas razões para confiar na nossa polícia, como temos boas razões para confiar nos cidadãos que vivem em Portugal, sejam portugueses ou estrangeiros, não transformando um caso concreto num paradigma e numa realidade que não é a nossa”, sublinhou.

Nestas situações de tensão, segundo António Costa, a atitude certa é “manter a serenidade de forma a que todos retomem a razão”, lembrando que a questão da segurança urbana “é extremamente difícil” e que existe “um trabalho muito grande” desenvolvido pelas forças de segurança no policiamento de proximidade e “um esforço grande” para a melhoria das condições de vida nos bairros.

“Se houve uma ação de violência policial, ela tem de ser devidamente apurada e punida. E se há ações de violência contra a polícia, também têm de ser punidas. Mas, temos de deixar que as autoridades cumpram as suas funções”, disse, referindo que existem participações ao Ministério Publico e um inquérito aberto pela Inspeção Geral da Administração Interna, a par de um acompanhamento próximo por parte do Alto Comissariado para a Integração e Minorias Étnicas.

“Portanto, temos de deixar que tudo seja apurado por forma a não tirarmos conclusões precipitadas. O país tem zonas, sobretudo na periferia das áreas metropolitanas, onde há focos de tensão devido às condições de vida existentes. Há um trabalho e um esforço continuo a fazer”, afirmou.

António Costa salientou que o Governo “assumiu como prioritária a intervenção” no Bairro da Jamaica e que, no mês de dezembro, em conjunto com a Câmara do Seixal, “já se procedeu ao realojamento das primeiras 64 famílias”.

“Temos um programa para que, nos próximos anos, haja um realojamento total das pessoas do bairro, assegurando-lhes o direito de viver em habitações condignas”, completou.