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Pensar adiante | Portugal

Pensar adiante | Portugal

A eleição nos Estados Unidos de um candidato improvável vem alterar radicalmente o contexto de desenvolvimento mundial. Com um programa retrógrado, isolacionista e desinformado sobre a realidade do nosso mundo global, o próximo Presidente americano promete gerar um ambiente de medo e retração em todos os domínios.
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A sua eleição favorece a componente mais atrasada das sociedades a qual, no seu primarismo, advoga a divisão, a xenofobia e a incultura, enquanto lança um clima de incerteza nos setores mais dinâmicos. 

Embora Trump pretenda favorecer o mundo dos negócios através da baixa dos impostos e todo o tipo de facilidades e apoios para as empresas, na verdade o resto do seu programa afeta negativamente o sector mais avançado tecnologicamente, precisamente aquele que é hoje o motor da economia. Assente no conhecimento e na diversidade de múltiplos contributos, o ecossistema do mundo empresarial contemporâneo precisa não só de liberdade de pensamento mas sobretudo de circulação dos seus agentes. Qualquer obstáculo a essa interação feita de gente e culturas distintas prejudica a criatividade e a inovação. 

É por isso que a maioria dos gestores destas empresas declara a sua preocupação face ao que aí vem, colocando mesmo, nalguns casos, a hipótese de terem de passar a operar noutros países mais livres, humana e culturalmente mais diversos e favoráveis. 

Se este panorama prejudica a América, por outro lado, abre oportunidades a muitos países no globo. 

De referir o recente apelo de Richard Dawkins, célebre como cientista mas igualmente como promotor da racionalidade política, para uma deslocação em massa dos mais brilhantes cientistas e investigadores americanos para a Nova Zelândia como forma de gerar o que ele chama da nova Atenas.

Cabe-nos afirmar que Portugal também é uma excelente opção. Pelo que sugiro que o Governo português convide de imediato Dawkins a visitar o nosso país. 

Temos a sorte de apanhar esta desfavorável conjuntura americana com um governo progressista, bem informado e apostado no desenvolvimento da nova economia aberta e tecnológica, como ainda recentemente se viu com o sucesso da realização do Web Summit. E até já temos uma frase chave: Portugal constrói pontes e não muros.