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“A nossa casa comum é o Estado social e a liberdade igual para todos”

“A nossa casa comum é o Estado social e a liberdade igual para todos”

O dirigente socialista e cabeça de lista do PS por Aveiro, Pedro Nuno Santos, fez ontem um ataque contundente à visão “individualista” da sociedade proposta pela direita, contrapondo que o país deve mobilizar-se para defender, com o voto no próximo domingo, os valores da liberdade efetiva e do Estado social.

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António Costa e Pedro Nuno Santos, comício em Aveiro

Em Aveiro, naquele que foi até agora o maior comício socialista da campanha, Pedro Nuno Santos não poupou nas críticas ao triunvirato da direita, que junta o PSD, a Iniciativa Liberal e o CDS, sublinhando que a lógica do “individualismo e do salve-se quem puder” tem de ser combatida com uma grande mobilização do voto no PS, em defesa do sentido de comunidade e da liberdade que é “igual para todos”.

O candidato socialista começou por dirigir uma veemente crítica à proposta, admitida pelo presidente do PSD, Rui Rio, de um sistema misto de Segurança Social, vincando que essa mudança colocaria parte das contribuições para capitalização na bolsa e, além disso, provocaria “um rombo” nas contas públicas, porque obrigaria o Orçamento do Estado a fazer transferências nas primeiras décadas de transição entre sistemas.

Criticou, também, a visão desagregadora da proposta de cheque ensino do CDS, expondo que a mesma provocaria, imediatamente, um aumento dos preços praticados pelos melhores colégios, que “continuariam reservados aos mais ricos”.

“Teríamos colégios privados assim-assim para a classe média e continuaríamos a ter os melhores só para os mais ricos, com a diferença que o Estado teria menos dinheiro para a escola pública e passaria a financiar o negócio privado da educação”, apontou.

A seguir, o socialista visou a Iniciativa Liberal, partido que pretender convencer “alguns jovens qualificados a defenderem o desmantelamento do Estado” e que advoga uma taxa única de IRS – uma reforma fiscal “que aumentaria a desigualdade”.

“Camaradas, o que atravessa todas estas propostas da direita portuguesa é uma visão profundamente individualista da sociedade, a ideia que as pessoas apenas se interessam pelas suas vidas, a ideia de uma sociedade cada um por si sem querer saber o que acontece aos outros. Por isso, a direita dá tanta centralidade ao mercado e nunca fala em desigualdade porque acredita numa sociedade de vencedores e de vencidos”, apontou Pedro Nuno Santos.

Em contraponto, disse, o PS “é a casa comum que acredita que todos os cidadãos fazem parte de uma comunidade – uma comunidade que nos confere direitos e deveres”.

“Quando a direita incute os valores da competição devemos proteger os valores da cooperação. A verdade é que os socialistas levam a liberdade mais a sério, são mais exigentes na sua concretização. Para nós, a liberdade que conta é a liberdade efetiva e igual para todos e não só para alguns”, declarou o candidato socialista, levantando uma vez mais a plateia.

E foi ainda mais longe: “liberdade é podermos ter uma formação de qualidade, sejamos nós filhos de patrão ou de um trabalhador. E essa liberdade só a escola pública nos pode dar”.

Na parte final da sua intervenção, Pedro Nuno Santos atacou ainda o conceito de “meritocracia” que é tão grato às correntes liberais, partindo do exemplo das operárias que cosem sapatos nas fábricas de São da Madeira ou de Santa Maria da Feira.

“Aquelas mulheres que cosem as gáspeas, sempre a olhar para agulha e para a linha, não têm mérito? Os técnicos da manutenção da CP, que mantêm comboios com 50 anos em circulação, não têm mérito? As técnicas sociais dos lares e das creches não têm mérito? Só seremos um país desenvolvido se respeitarmos todos os que trabalham. A nossa casa comum é o Estado social”, concluiu.

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