Pedro Marques disponível para discutir impostos ambientais se financiarem Orçamento da UE
Pedro Marques falava aos jornalistas após ter visitado a Santa Casa da Misericórdia em Bragança, tendo ao lado o ex-secretário de Estado da Administração Interna e deputado socialista Jorge Gomes, depois de questionado se admite a criação de um imposto sobre combustíveis a aplicar às companhias aéreas.
“Estou disponível para discutir a questão dos futuros impostos ambientais se eles permitirem financiar o orçamento europeu, permitindo-se assim manter as políticas de coesão a nível europeu e as políticas tradicionais”, respondeu o ex-ministro socialista das Infraestruturas e do Planeamento.
De acordo com Pedro Marques, nas instituições europeias, o PS tem estado a travar a discussão relativamente ao setor do digital, mas, também, no que respeita a transações financeiras.
“Em geral, a discussão sobre a criação de receitas próprias para a União Europeia, que permita financiar políticas como a de coesão (ou a Política Agrícola Comum), são ideias relativamente às quais estamos disponíveis para discutir – e há caminho e discussão para se continuar a fazer. Acho que não devemos rejeitar à partida qualquer discussão, estamos a falar de receitas próprias para a Europa”, acentuou.
A seguir, o cabeça de lista europeu do PS estabeleceu uma diferença política entre o seu partido e, sobretudo, o CDS-PP, cuja lista europeia é liderada pelo atual eurodeputado Nuno Melo.
“Não podemos estar sempre a dizer que queremos que a Europa nos apoie mais, mas, depois, não estarmos disponíveis para esse tipo de discussão sobre receitas próprias da União Europeia. Este é o caso do CDS, por exemplo, que está sempre a dizer que não pode haver cortes nas políticas de coesão ou na PAC – o que nós estamos de acordo -, mas, ao mesmo tempo, não quer financiar o orçamento da União Europeia”, apontou.
Pedro Marques lamentou ainda que o CDS-PP “não explique” como se compensa em termos de financiamento a saída do Reino Unido da União Europeia.
“No fim das contas, isso só poderia significar que os portugueses pagariam mais impostos, assim como as pequenas e médias empresas nacionais. Isso eu não quero para o meu país”, acrescentou.