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Orgulho no que já fizemos com “empatia e humildade” para ir ao encontro dos portugueses

Orgulho no que já fizemos com “empatia e humildade” para ir ao encontro dos portugueses

O Secretário-Geral do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou hoje, perante a Comissão Nacional do partido, “empatia e humildade” para compreender que, apesar do trabalho feito nos últimos oito anos de governação, e que é motivo de “orgulho”, há problemas que ainda não estão resolvidos e há portugueses que manifestam descontentamento com as suas vidas, ao encontro dos quais é preciso ir, sendo essa a matriz do Partido Socialista.

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Pedro Nuno Santos

“Fizemos um trabalho importante nos últimos oito anos e não o vamos deixar esquecer”, começou por referir Pedro Nuno Santos, na abertura da reunião do órgão máximo do PS entre congressos, que se realizou em Coimbra, realçando o “grande esforço de recuperação de rendimentos, do Estado social e dos serviços públicos”.

“Mas temos de ter a consciência de que não está tudo bem”, disse, referindo que há portugueses “que sentem que a sua vida está a marcar passo” e que cabe ao PS “ter a capacidade de entender e não apontar o dedo a quem está insatisfeito”.

Pelo contrário, sustentou, “precisamos de empatia para, com muito respeito por esses portugueses, saber ouvir e sentir os seus problemas, de nos identificarmos com eles e de estar junto do povo”.

“Temos de os recuperar, temos de ter humildade e empatia de perceber que há problemas que ainda não estão resolvidos”, declarou o líder socialista, distinguindo também o PS dos partidos que “se apresentam de forma populista perante a sociedade e que não têm qualquer solução para os seus problemas”.

Para isso, defendeu, é preciso não só afirmar, “com orgulho, o muito que fizemos”, mas também ter a humildade de reconhecer que há respostas, em áreas estruturais para a vida dos portugueses, como a saúde ou a habitação, “que não produziram os resultados esperados ou que foram insuficientes”, aprendendo com “o que funcionou e o que não funcionou”.

“Isto é fundamental para um partido como o nosso”, advogou, afirmando que é desta forma que os portugueses podem continuar a reconhecer no PS o partido que lhes oferece “segurança, estabilidade e confiança”.

“Os portugueses reconhecem a capacidade de os governos do PS, ao longo destes oito anos, fazerem face a problemas inesperados, que não foram da sua responsabilidade, como a pandemia da Covid-19, a guerra na Ucrânia ou a crise inflacionária”, assinalou, acrescentando que é também com essa capacidade que “queremos continuar a avançar para resolver os problemas que persistem e os que vão surgindo”, dando resposta aos problemas das pessoas.

“Novo impulso” na saúde e na habitação

Na saúde, o Secretário-Geral do PS enumerou as dificuldades com que o SNS se depara, com o progressivo envelhecimento da população, o aumento dos custos dos medicamentos e a necessidade de profissionais, sem deixar de lembrar, contudo, que não se podem esquecer as políticas de governos do PSD que decidiram encerrar e limitar vagas nos cursos de medicina e que isso tem hoje consequências que estão à vista.

Pedro Nuno Santos foi também preciso em estabelecer uma “grande diferença” entre PS e PSD no que respeita à defesa do serviço público de saúde: “nós não desistimos da maior construção coletiva do povo português desde o 25 de Abril”, apontou, ao passo que, “cada vez que o PSD fala em complementar, não está verdadeiramente a pensar em complementar, quer sim colocar o SNS ao mesmo nível do privado”, criticou.

Ainda segundo o líder socialista, “não teremos um SNS de qualidade a funcionar se não tivermos paz com todos os profissionais de saúde, os médicos, os enfermeiros, os técnicos, os auxiliares, todos os que fazem funcionar o SNS”, um objetivo que assumiu.

No que respeita à habitação, área que tutelou no executivo e que “faz a diferença na vida das pessoas”, reconheceu que “houve respostas que adoptamos que não produziram os resultados esperados, como as isenções fiscais aos senhorios, que tiveram uma reduzida adesão”.

“Temos de aprender com aquilo que correu bem e com aquilo que correu mal, mas nós estamos em melhores condições para avaliar, aprender e alterar o que correu mal. A governação também é isto”, acrescentou.

Para Pedro Nuno Santos, o caminho tem de passar, necessariamente, pela resposta através de um maior parque público de habitação, em que Portugal compara mal com os demais países europeus. Realçando, neste sentido, que “lançámos o maior investimento em habitação pública da nossa democracia”, uma política, como salientou, que precisa de tempo de concretização e não produz resultados imediatos.

Investimento na economia e nos portugueses

Também a emigração, apontou, “continua a ser um problema estrutural da sociedade portuguesa, sobretudo dos jovens”. “Por isso tomámos medidas importantes, como o passe social, a devolução da despesa com a propina, o IRS Jovem”, lembrou.

Garantindo que ainda “não é suficiente” e que “queremos fazer mais”, Pedro Nuno Santos sinalizou, contudo, em comparação com uma realidade recente, que “não podemos deixar que se esqueça que hoje emigram cerca de metade das pessoas que emigravam há 10 anos”.

O Secretário-Geral do PS enumerou ainda, como desígnios centrais, a aposta num perfil de especialização da economia e no reforço do investimento na ciência e na inovação, preconizando que o Estado não tem recursos ilimitados e tem de ter, aqui, “a capacidade e a coragem de selecionar, assumindo um papel de estratega”.

“Nós vamos pedir ao povo português que continue a confiar e a contar com o PS e temos de o fazer, sempre, com orgulho no que fizemos, empatia com os problemas dos outros, humildade naquilo que foi insuficiente e no que é preciso fazer mais. E nós queremos fazer mais”, reiterou, na parte final da sua intervenção.

Para Pedro Nuno Santos, “se quisermos resolver os problemas, temos de falar verdade com os portugueses, mas estamos em melhor posição do que a direita para fazê-lo”.

“O PS é mesmo quem está em melhores condições de fazer de Portugal um país onde valha a pena viver. Porque nós ouvimos, porque nós temos experiência e porque nós temos as soluções”, concluiu o líder socialista.

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