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Ministro da Saúde é “o principal responsável político” pelo acesso a medicamentos para …

Ministro da Saúde é “o principal responsável político” pelo acesso a medicamentos para …

O Partido Socialista requereu a presença do Presidente do INFARMED para “prestar todos os esclarecimentos” na Comissão Parlamentar de Saúde sobre o acesso ao mais recente medicamento para tratamento da hepatite C. 

“Perante os factos dos últimos dias e a morte de uma doente que aguardou 10 meses por uma autorização de utilização excepcional há uma cadeia de responsabilidades que falhou”, afirmou a deputada Luísa Salgueiro, numa declaração aos jornalistas na Assembleia da República.

Questionada sobre a continuidade de Paulo Macedo como Ministro da Saúde, Luísa Salgueiro recusou fazer qualquer avaliação. “Não somos nós que temos de avaliar se tem ou não condições para continuar, o ministro é que tem de fazer uma autoavaliação e, com o senhor primeiro-ministro, perceber se tem ou não condições para continuar a ser o titular da pasta”, disse.

Para o PS, depois de um laboratório ter divulgado que o medicamento em causa poderia ter sido disponibilizado gratuitamente sem que o Ministério da Saúde tenha feito qualquer encomenda, “já não se trata de uma questão de opção política, já não se trata de uma questão financeira. Trata-se de um total desprezo e desconsideração pelos problemas das pessoas por parte do ministro da Saúde que é o principal responsável político por esta situação. Se não se considera responsável, tem de encontrar alguém que responda pelo que está a acontecer.

“Neste momento voltámos à política do antigamente: quem tem dinheiro cura-se, quem não tem dinheiro morre”, disse a parlamentar socialista que reafirmou o compromisso de o PS repor “o carácter universal e tendencialmente gratuito do SNS, tal como está previsto na Constituição”.

“É a primeira vez que no Serviço Nacional de Saúde que um medicamento de enorme eficácia, que trata uma doença mortal, é negado por razões de ordem financeira” , destacou Luísa Salgueiro. A deputada socialista considerou que as razões de ordem financeira, “sendo atendíveis, não podem sobrepor-se ao valor da vida humana”.