home

Manter a invasão russa da Ucrânia no primeiro plano do debate europeu

Manter a invasão russa da Ucrânia no primeiro plano do debate europeu

Decorreu em Praga a Conferência dos Presidentes dos Parlamentos da União Europeia, que contou com a participação de Edite Estrela, em representação do presidente da Assembleia da República. Integrada no programa da Presidência Checa da União Europeia, a Conferência teve em agenda dois temas centrais: a invasão da Ucrânia pela Rússia e a resposta da União Europeia no primeiro dia; o papel da União Europeia na cooperação entre democracias e a dependência de Estados-membros de regimes totalitários, da qual a dependência energética é um exemplo, no segundo dia.

Publicado por:

Acção socialista

Ação Socialista

Órgão Nacional de Imprensa

O «Ação Socialista» é o jornal oficial do Partido Socialista, cuja direção responde perante a Comissão Nacional. Criado em 30 de novembro de 1978, ...

Ver mais
Edite Estrela

A vice-presidente da Assembleia da República interveio no debate do primeiro dia da Conferência, referindo que “a guerra contra a Ucrânia, tal como o esforço da Rússia para desestabilizar as repúblicas da Geórgia e da Moldávia e outros países daquela região, colocam-nos perante uma clara ameaça à nossa segurança comum”. Numa posição clara de condenação da invasão russa contra a Ucrânia, Edite Estrela acrescentou que “não podemos permitir que esta crise passe para segundo plano e seja normalizada”.

No último dia de trabalhos, a intervenção da representante de Portugal centrou-se na necessidade de fortalecer a relação da União Europeia com regiões do globo como África e América Latina. Edite Estrela sublinhou a importância de evitar “quaisquer tendências isolacionistas” e sublinhou que “a segurança energética, a segurança alimentar e as normas internacionais não são apenas preocupações europeias, mas prioridades globais que exigem atenção e ação coletiva”. Edite Estrela terminou a sua intervenção com uma referência à revolução dos cravos que, a 25 de Abril de 1974, libertou Portugal da ditadura.

As intervenções de Edite Estrela deixaram clara a posição de Portugal nestes dois temas centrais da Conferência que juntou 53 líderes dos Parlamentos da União Europeia nos dias 24 e 25 de abril e que foi antecedida de um debate sobre o papel das mulheres na Política Externa.

Edite Estrela lembra que as mulheres continuam a ser discriminadas

Organizado pela presidente da Câmara dos Deputados da República Checa, este encontro reuniu à volta da mesa as mulheres que desempenham funções de liderança nos parlamentos nacionais da União Europeia. Edite Estrela lembrou a História recente de Portugal e a posição da mulher na sociedade antes do 25 de Abril, referindo que “as mulheres eram consideradas cidadãs de segunda classe, obedientes aos pais ou maridos, quase sem direitos, não tinham direito a voto, não podiam sair do país ou exercer certas profissões sem autorização do marido, enfermeiras e comissárias de bordo não se podiam casar (…) não podiam ser embaixadoras, nem juízas, nem presidentes de Câmara”.

A vice-presidente da Assembleia da República declarou ser a favor do sistema de quotas, sublinhando que “é a única medida através da qual se conseguiu aumentar a representação das mulheres na política”. Edite Estrela prosseguiu, sublinhando que “nós, mulheres políticas, estamos cientes das muitas faces da discriminação”.

Em tom de alerta, a representante de Portugal neste encontro deixou como nota que “as mulheres não podem abdicar de nenhum dos direitos reconhecidos aos homens: o direito de falar, ao espaço público e mediático, o direito de participar e tomar decisões, e até o direito de errar que é reconhecido a todo ser humano, exceto às mulheres”. Edite Estrela concluiu a sua intervenção afirmando que “as mulheres não querem ser vítimas ou heroínas, querem ser cidadãs!”.

ARTIGOS RELACIONADOS