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“Maior investimento ferroviário nos últimos 100 anos” é motor para a dinamização da economia, das empresas e do território

“Maior investimento ferroviário nos últimos 100 anos” é motor para a dinamização da economia, das empresas e do território

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou ontem, no concelho de Alandroal, em Évora, que, com o Ferrovia 2020 e o Plano Ferroviário Nacional, o Governo vai “dotar o país e os decisores económicos de um horizonte de previsibilidade na execução da ferrovia”, realçando também a importância para a economia nacional do apoio ao setor da indústria de construção.

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António Costa, Governo Mais Próximo em Évora

“Ao contrário do que, muitas vezes, aprendizes de feiticeiro de economistas dizem, não há nenhum país desenvolvido que não tenha também uma forte indústria de construção”, disse o líder do executivo socialista, em visita ao troço da futura linha ferroviária Sines/Caia (Elvas), no âmbito da iniciativa ‘Governo Mais Próximo’, no distrito de Évora.

António Costa defendeu, neste sentido, que é necessário “recuperar uma forte indústria de construção” e “continuar a apoiar no seu esforço de internacionalização”, para que o setor “possa ter mais atividade” na economia portuguesa. “Isso é absolutamente fundamental para o nosso desenvolvimento”, sublinhou.

“E podermos ter agora na ferrovia o paralelo do que, nos anos 80, tivemos na rodovia e que foi essencial para a edificação de uma indústria de construção que, após a crise de 2008, sofreu as vicissitudes que sofreu, mas da qual dependemos muito”, completou.

Tendo ao seu lado o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e com vários autarcas da região na plateia, o chefe do Governo assinalou a importância estratégica da obra do Corredor Internacional Sul, “o maior projeto de ferrovia dos últimos 100 anos”, com 80 quilómetros de linha construída e 90 quilómetros de linha renovada, que vai ligar os portos de Sines, Lisboa e Setúbal a Espanha.

Referindo a capacidade transformadora do projeto também para a região, António Costa defendeu a construção de um terminal de mercadorias para servir a futura linha na zona de Alandroal, realçando que a infraestrutura vai não só potenciar as “oportunidades que já existem” no território, como abrir o interesse à “instalação de novas oportunidades”, sublinhando a existência de “uma base económica que assegura a sua viabilidade”, pelo que é preciso “dar o passo seguinte”.

“Mas não basta avançar com o terminal. É preciso fazer o resto do trabalho, que é dizer que nós vamos ter este terminal e temos oportunidades de localização de atividades que aproveitem plenamente este terminal”, observou.

“É muito bom que os comboios passem, mas é essencial que os comboios possam parar, não só para transportar passageiros, mas para dinamizar a economia e ajudar à transformação deste território”, afirmou António Costa.

O projeto, que estará pronto em 2024 e que tem como principal investimento a construção de um troço, com a extensão de 80 quilómetros, entre Évora e Elvas, irá duplicar a capacidade ferroviária a partir do porto de Sines, encurtando ainda a distância para a fronteira em três horas e meia, reduzindo em 50% o custo do transporte.

A nova linha Évora-Elvas será inicialmente de via única, sendo que a plataforma está preparada para receber uma segunda via e poderá migrar para a bitola europeia, caso Portugal e Espanha venham a decidir aderir a esse sistema.

Com a eletrificação da linha e com a substituição do transporte rodoviário pelo comboio, este é um investimento que terá, igualmente, forte impacto ambiental.

Além da nova linha, o projeto do Corredor Internacional Sul inclui a requalificação de várias partes das linhas de Sines, Sul, Alentejo, Leste, Évora e Vendas Novas, ficando integralmente eletrificado, dotado de sinalização eletrónica moderna e sem passagens de nível.

A principal inovação destas obras é a construção de estações técnicas, que permitirão o cruzamento de comboios de mercadorias de 750 metros de comprimento, quando atualmente a estrutura apenas permite o cruzamento de composições de 400 metros, aumentando também a sua frequência.

A obra, que está em curso em várias frentes, faz parte do plano Ferrovia 2020 e representa um investimento de 650 milhões de euros, parcialmente financiado pela União Europeia.

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