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“Existência de alternativa política em Portugal aumenta a confiança dos cidadãos”

“Existência de alternativa política em Portugal aumenta a confiança dos cidadãos”

O líder do Governo português, António Costa, defendeu, em entrevista ao jornal espanhol “El País”, que a existência de alternativas políticas claras, de que Portugal é exemplo, é fundamental para fortalecer a confiança e participação dos cidadãos, assim como para a qualidade da democracia.
“Existência de alternativa política em Portugal aumenta a confiança dos cidadãos”

De acordo com António Costa, é também essa uma das razões que concorrem para o sucesso da solução governativa liderada pelo PS, num quadro político europeu em que vão crescendo os movimentos populistas, ganhando espaço aos tradicionais partidos socialistas e social-democratas.

“Se os cidadãos nos veem discutir grandes tratados e não respondemos aos problemas concretos, criamos frustração e em seguida radicalização”, afirmou António Costa, acrescentando que é preciso “gerar alternativas entre as famílias políticas do quadro democrático”.

António Costa defendeu que a solução governativa encontrada em Portugal “é uma experiência interessante e de sucesso”, não só porque essa alternativa clara existe, entre esquerda e direita, mas também porque os partidos que apoiam a solução de esquerda foram capazes de gerar estabilidade política, mantendo a sua identidade.

“A novidade em Portugal é que, pela primeira vez, o conjunto de partidos de esquerda compreenderam que podem manter a sua identidade diferenciada, manter posições distintas sobre a Europa, mas também chegar a acordo sobre o que fazer para mudar a política”, salientou, apontando que isso é valorizado pelos indicadores de opinião.

“O conjunto da esquerda aumenta no país, sem concorrência” entre si, ao mesmo tempo que “aumenta a confiança dos cidadãos, que antes se abstinham ou votavam na direita”, afirmou.

Ministro espanhol seria boa escolha para o Eurogrupo

Na entrevista, que teve lugar na embaixada de Portugal em Madrid, António Costa reiterou que o ainda presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, “não está a cumprir a sua função” e “está de passagem”, tendo apontando o ministro da Economia espanhol, Luís de Guindos, como uma escolha que recolheria o apoio de Portugal.

O presidente do Eurogrupo, defendeu António Costa, “tem de ser alguém com capacidade de construir pontes e não um fator de divisão”. Se Luís de Guindos estiver disponível para apresentar uma candidatura ao cargo, “seria o nosso candidato”, garantiu António Costa.