Estratégia de Saúde para as pessoas LGBTI apresentada em Lisboa

Na cerimónia, a secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, referiu que a apresentação da deste documento estratégico é “um primeiro passo para a sua implementação no terreno, que vai passar pela criação de uma norma clínica orientadora para profissionais de saúde”, que servirá como um instrumento de informação, capacitação e clarificação daquilo que são os pressupostos básicos da Estratégia.

“Aquilo que se prevê é que se desenhe a formação e desenvolva um organismo regional com pontos focais a nível dos hospitais e cuidados de saúde primários, garantindo que é feita formação em cascata”, ou seja, dos níveis hierárquicos superiores para os inferiores, afirmou ainda a governante.

Raquel Duarte acrescentou que a meta é “garantir que todos os profissionais, em todos os níveis, têm a formação adequada para, pelo menos, orientar as pessoas para a resposta” que melhor se adeque à sua situação.

Colaboração fundamental de ONG especializadas

Também presente na apresentação, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, sublinhou, por seu lado, a importância da colaboração das Organizações Não Governamentais (ONG) representativas da comunidade LGBTI neste processo, assinalando o contributo das suas experiências para a elaboração do documento.

“Houve abertura para ir além daquilo que indicava a lei, para se desenhar uma estratégia ampla, que se irá completar com a elaboração de mais volumes”, completou.

A ‘Promoção da saúde das pessoas trans e intersexo’ é o primeiro volume desta Estratégia de Saúde, que resulta de um trabalho colaborativo entre o Governo, organismos de saúde e a sociedade civil, em particular, através das ONG representativas da comunidade LGBTI.

São objetivos da Estratégia promover a literacia em saúde LGBTI e melhorar a preparação dos profissionais de saúde. Em casos concretos, a Estratégia visa, por exemplo, homogeneizar práticas médicas e cirúrgicas para estas pessoas, tendo em conta as suas vulnerabilidades e necessidades específicas, mas evitando que estas se traduzam numa barreira no acesso à saúde.