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É urgente criar um tratado internacional para as pandemias

É urgente criar um tratado internacional para as pandemias

A solidariedade e cooperação são indispensáveis para combater a Covid-19 e “acelerar a vacinação a nível global”, defendeu ontem António Costa, no encerramento da Cimeira Ibero-Americana.

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“O desafio comum da Covid-19 não será ultrapassado sem cooperação e solidariedade. E a principal lição internacional que temos a retirar deste ano de pandemia é que a humanidade precisa urgentemente de um tratado internacional para as pandemias, para que no futuro não tenhamos de improvisar nem de reagir na emergência como temos feito, com muito custo, ao longo deste ano”, afirmou esta quarta-feira o primeiro-ministro e líder socialista.

No discurso de encerramento da Cimeira Ibero-Americana, que teve lugar em Andorra-a-Velha, Andorra, o chefe do Governo português disse que é necessário “unir esforços para acelerar a vacinação a nível global”, apontando o exemplo de Portugal que, “através da contribuição conjunta da União Europeia destinada à Covax [Acesso Global às Vacinas da Covid-19] mas também, diretamente, poder apoiar os PALOP eTimor-Leste, para quem está a direcionar 5% das vacinas adquiridas”.

O primeiro-ministro salientou que Portugal, no quadro da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, tem “impulsionado a criação de um mecanismo europeu de vacinas, através do qual os Estados-membros poderão canalizar vacinas para países terceiros, sendo a América Latina uma das regiões já assumidas como prioritárias”.

“A declaração do Compromisso de Andorra e o programa de ação” já aprovado “evidenciam a existência do empenho comum para combater a pandemia e para recuperar as nossas sociedades e as nossas economias” declarou António Costa.

 

Transições digital e climática são catalisadores da recuperação económica

O primeiro-ministro referiu, ainda, que a recuperação económica e financeira vai assentar no “investimento que terá de ser feito para uma economia mais moderna e assente nas dinâmicas que a transição digital e a climática impõem”, afirmou António Costa.

“Neste contexto, assumem particular importância as oportunidades de investimento e de abertura de mercados entre a Europa e a América Latina. Por isso, entre as prioridades da presidência portuguesa do Conselho de União Europeia estão a modernização do acordo de amizade com o Chile, a conclusão do acordo comercial com o México e o acordo sobre o documento complementar ao acordo com o Mercosul, que será o acordo comercial de maior impacto económico a nível mundial”, apontou o primeiro-ministro.

António Costa salientou que “o empenho da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia na conclusão destes acordos”, como “um exemplo da extraordinária vantagem de, simultaneamente, defender o aprofundamento da integração europeia e assegurar o crescente tratamento do relacionamento bilateral e multilateral com os países com os quais se têm laços históricos e culturais profundos, como são os países ibero-americanos”.

 

Aprofundar a Lusofonia

A América Latina é uma prioridade na política externa de Portugal, afirmou o chefe do Governo, lembrando que, das 600 milhões de pessoas do espaço ibero-americano, 260 milhões são lusófonas.

Neste contexto, para António Costa, “o aprofundamento da dimensão lusófona enriquecerá esta nossa organização e, por esse motivo, saudamos os movimentos de aproximação que têm sido dados nos dois sentidos, incluindo a candidatura da Cimeira Ibero-Americana a observador associado da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, e a candidatura da Comunidade de Países de Língua Portuguesa a observador consultivo da Cimeira Ibero-Americana”, referiu o primeiro-ministro.

O também Secretário-geral socialista destacou, ainda, o compromisso e “qualidade de participação” de Portugal no projeto ibero-americano, “centrando-se nas áreas que dão mote a esta conferência e que serão, seguramente, o motor da nossa recuperação económica: a inovação”.

“É por isso que acolhemos com muita honra em Lisboa o escritório da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a educação, a ciência e a cultura, e desenvolvemos um maior envolvimento nos programas sectoriais nesta área”, declarou.

 

Acordo para a mobilidade profissional

António Costa disse que foi “com grande satisfação” que Portugal, juntamente com outros sete países, assinou o acordo de mobilidade profissional, o qual vai facilitar e promover a mobilidade territorial de investigadores, empresários, empreendedores e estudantes, com vista a fomentar a criação científica e intelectual e o intercâmbio de conhecimento.

O acordo foi assinado por Portugal, Brasil, Espanha, República Dominicana, Colômbia, Nicarágua, Panamá e Guatemala.

“O saber a cultura, não podem ter fronteiras e têm de ter liberdade de circulação entre todos nós”, concluiu António Costa.

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