home

Drama na Síria exige resposta humanitária urgente

Drama na Síria exige resposta humanitária urgente

O primeiro-ministro português, António Costa, afirmou ontem, em Bruxelas, que a evolução da situação na Síria está “muito aquém” da vontade expressa pela comunidade internacional quanto à exigência do restabelecimento da paz e da segurança para as populações civis, defendendo a necessidade prioritária de assegurar um corredor humanitário para salvar o maior número de vidas possível.
Drama na Síria exige resposta humanitária urgente

“É manifesto que os resultados que nós vamos assistindo ao que acontece em Alepo estão muito aquém daquilo que é a vontade que a comunidade internacional relativamente ao que todos ansiávamos, que era que fosse restabelecida a paz e segurança para todos aqueles, sobretudo populações civis, que estão a ser vitimadas pelos ataques”, sustentou o líder do Governo português, no final de um Conselho Europeu que teve o conflito na Síria e as questões de segurança no centro da agenda.

O primeiro-ministro apontou que os líderes europeus presentes na cimeira reiteraram “as palavras que têm sido ditas relativamente à condenação de todas as formas de agressão” e que a Alta Representante da União Europeia para a política externa e segurança, Federica Mogherini, foi mandatada para prosseguir as melhores diligências no sentido de procurar assegurar “aquilo que é prioritário, que é a evacuação de todos os civis, assegurar a proteção internacional a todos aqueles que estão a dar assistência aos civis, de forma a garantir o menor dano possível e salvar o maior número de vidas”, perante o drama humanitário que está a acontecer em Alepo.

António Costa acrescentou, neste sentido, que os líderes europeus sublinharam, mais uma vez, a necessidade de ser “assegurado um corredor humanitário que permitisse evacuar as populações, que permitisse a assistência humanitária e que fossem evitados mais dramas humanos”.

Também o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, fez um apelo à “abertura imediata de corredores humanitários” para a retirada de civis e permitir a entrada de ajuda humanitária na cidade síria, reconhecendo a União Europeia “não foi efetiva” face à tragédia em Alepo.

“Não fomos tão efetivos como gostaríamos de ter sido, mas não somos indiferentes ao sofrimento do povo sírio”, afirmou, acrescentando que a UE usará “todos os canais diplomáticos para a abertura imediata de corredores humanitários”.

Novo impulso para a convergência

Na agenda do encontro dos chefes de Governo e de Estado da União Europeia esteve também a União Económica e Monetária (UEM), que o primeiro-ministro português reafirmou ser “importante concluir”, a par da necessidade de priorizar a convergência económica e a criação de emprego.

De acordo com António Costa, concluir a união económica e monetária “significa concluir a União Bancária, termos instrumentos que permitam absorver choques assimétricos das crises nas diferentes economias e, sobretudo, darmos um novo impulso para a convergência económica, sem a qual nunca teremos estabilidade duradoura na zona euro”. 

“É essencial para que todos os cidadãos europeus sintam maior confiança no futuro e segurança no presente podermos ter uma UEM produtora de crescimento económico e geradora de emprego de qualidade”, acrescentou o líder do Executivo socialista.