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Desafio da transição digital e climática deve assegurar equilíbrio com a coesão social

Desafio da transição digital e climática deve assegurar equilíbrio com a coesão social

Antecipar qual o impacto que a transição energética terá, designadamente, na indústria automóvel nacional é, segundo o primeiro-ministro, um conhecimento decisivo que permitirá minimizar os desafios que “inevitavelmente” as alterações climáticas e digital vão trazer para a coesão social.

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António Costa

O primeiro-ministro foi ontem ao 31º Congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, encontro que se realizou em Lisboa, anunciar no encerramento dos trabalhos que o Governo português encomendou à Organização Internacional do Trabalho (OIT) um estudo sobre o impacto da transição energética na indústria automóvel nacional, lembrando tratar-se de uma informação decisiva que ajudará a saber qual o verdadeiro impacto que a dupla transição digital e climática poderá ter ao nível da coesão social.

A questão dos riscos e das “inevitáveis ruturas sociais” trazidas pelo impacto das transições digital e climática nas sociedades democráticas, tema que mereceu aliás particular atenção em toda a intervenção do primeiro-ministro, constituem, segundo António Costa, um dos maiores problemas que as sociedades democráticas têm de enfrentar, defendendo que os governos da União Europeia têm de encontrar o necessário equilíbrio entre o avanço das transições digital e climática e as questões que envolvem a coesão social.

A este propósito, o líder socialista fez questão de recordar que o tema do pilar social da União Europeia, “perante os desafios das alterações climáticas e da transição digital”, foi um dos assuntos centrais da presidência portuguesa no primeiro semestre do ano passado, reafirmando que transição digital está a “reconfigurar Portugal” e a colocar o país, “em muitas áreas industriais”, no centro da “geografia digital”, afastando-o da “periferia de um centro económico” que tem sido liderado pela Alemanha.

País melhor preparado para os desafios

Um dos elementos que colocam hoje Portugal no grupo dos países europeus com maior capacidade de resposta face aos desafios das alterações climáticas e da transição digital, de acordo com o líder do executivo, traduz-se, designadamente, como salientou, pela formação do maior número de engenheiros por cem habitantes, “apenas ultrapassado pela Alemanha e pela Áustria”, anunciando que as universidades nacionais vão formar nos próximos quatro anos, na área digital, mais de 800 trabalhadores, “readaptando-os e requalificando-os para novas tarefas”.

Outras das exigências que o país tem pela frente, ainda segundo António Costa, é conseguir até ao final de 2023, que 75% das populações das freguesias do interior e das regiões autónomas “estejam cobertas pela rede 5G”, um desafio que o primeiro-ministro considera ser “decisivo para aumentar a coesão territorial e para gerar novas oportunidades de emprego”.

Outro dos pontos valorizados pelo Governo tem a ver com a importância da futura ligação por cabo submarino entre o continente e as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, um investimento que António Costa considerou estratégico e que será em breve lançado, lembrando que a ligação atual “está em fim de vida” e que se nada se fizesse corria-se o risco de uma rutura nas ligações com as ilhas do Atlântico.

Obra cara que o país vai concretizar, como salientou o primeiro-ministro, sobretudo graças “aos recursos financeiros disponibilizados pela União Europeia”, lembrando que só no âmbito do PRR, Portugal dispõe de um total de “2,76 mil milhões de euros alocados em exclusivo à transição digital”, verba que vai também contribuir para modernizar a frente digital na administração pública e nas empresas, sendo que para estas últimas a verba disponível no PRR ronda os cerca de “600 milhões de euros”.

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