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Debates: PS afirma liderança de soluções à esquerda

Debates: PS afirma liderança de soluções à esquerda

O Secretário-Geral do PS, Pedro Nuno Santos, reiterou o foco numa grande mobilização dos portugueses para uma vitória no dia 10 de março, afirmando “as melhores soluções e respostas” dos socialistas para garantir uma agenda da esquerda e a estabilidade do país.

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Nos debates com a coordenadora do BE e com o secretário-geral do PCP, Pedro Nuno Santos manifestou abertura para um diálogo à esquerda, mas não deixou, contudo, de marcar as diferenças nas respostas para os problemas do país, em matérias como a saúde e a habitação.

No campo da saúde, Pedro Nuno Santos garantiu o compromisso do PS em continuar a defender e a investir no serviço público, destacando a notícia de que “o SNS está a produzir mais do que nunca, mais consultas, mais cirurgias”, ressalvando que é preciso continuar a dar resposta aos problemas que persistem e aos novos desafios resultantes das necessidades de uma população mais envelhecida e que exige mais serviços de saúde.

Neste sentido, apontou pontos de convergência na necessidade de prosseguir a valorização dos profissionais do SNS, realçando, neste particular, a adesão já verificada de cerca de dois mil médicos ao novo regime de dedicação plena, advertindo, no entanto, que os problemas com que o serviço público se debate são mais vastos e passam, igualmente, pelo aprofundamento da sua reforma organizativa.

Em matéria de habitação, Pedro Nuno Santos acentuou a importância de apresentar propostas que garantam o equilíbrio de atuar, simultaneamente, do lado da oferta, “com o aumento do parque público”, uma política de investimento já lançada pelos governos socialistas, e do lado da procura, com medidas de apoio a quem procura casa.

O líder do PS contrapôs que, nesta área, o BE “não apresenta boas soluções”, sendo crítico da proposta de “obrigar” a Caixa Geral de Depósitos a reduzir o ‘spread’ do crédito à habitação, o que, em seu entender, seria impossível de concretizar e uma medida de natureza “regressiva e injusta”.

“Um acionista, seja público ou privado, não pode dar orientações sobre o modelo de risco e preços dos bancos, não pode dizer: baixa o ‘spread'”, observou, argumentando, por outro lado, que a proposta do BE “dirige-se apenas aos que têm crédito na CGD, reduzindo o lucro que é de todos os portugueses” e que poderia ser reinvestido “em políticas públicas de habitação”.

Já no debate com o líder do PCP, estiveram em destaque as matérias laborais e de política salarial, com Pedro Nuno Santos a advertir que as propostas comunistas de aumento dos salários e das pensões representariam uma despesa fixa adicional para o Estado de 7,6 mil milhões de euros, lembrando, a propósito, a expressão utilizada pelo secretário-geral do PCP sobre as promessas dos partidos de direita e que seria, também aqui, aplicável: “uma chuva de promessas que não são pagáveis”.

Pedro Nuno Santos criticou, igualmente, a “incoerência” no discurso do PCP, de defesa dos trabalhadores, lembrando que os comunistas optaram por votar contra a ‘Agenda para o Trabalho Digno’, que acolheu diversas propostas do PCP e que continha avanços importantes em muitas matérias laborais.

Vincando, contudo, que o grande adversário do PS nas legislativas de 10 de março é a direita e a AD, o Secretário-Geral socialista deixou em aberto, nos debates com BE e PCP, a disponibilidade para um diálogo à esquerda, lembrando que, quando esse entendimento foi possível, se traduziu numa experiência, liderada pelo PS, “de boa memória para os portugueses” e que foi capaz de trazer boas soluções para o país.

Foto: Pedro Pina/RTP

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