home

Área Metropolitana de Lisboa lança maior concurso de sempre para transporte público

Área Metropolitana de Lisboa lança maior concurso de sempre para transporte público

A Área Metropolitana de Lisboa (AML) lançou ontem um concurso público internacional, no valor de 1,2 mil milhões de euros, para melhorar o serviço de transporte público rodoviário nos seus 18 municípios, prevendo aumentar em mais de 40% a oferta atual de autocarros numa rede única, servindo cerca de 2,7 milhões de portugueses.
Área Metropolitana de Lisboa lança maior concurso de sempre para transporte público

A iniciativa, que o autarca socialista e presidente do Conselho Metropolitano, Fernando Medina, classificou como o “maior concurso que o país já alguma vez lançou do ponto de vista de serviços rodoviários”, estabelece que a frota de autocarros que opera na AML vai passar a pertencer à marca única ‘Carris Metropolitana’, até meados de 2021, sendo também objetivo da AML assegurar a gestão, nos próximos anos, da Soflusa/Transtejo e do Metropolitano de Lisboa.

“O que vamos ter é mais de 40% da oferta de autocarros do que havia hoje, numa rede única. O que é que significa isto? Significa que vamos ter novas linhas, novas ligações que não existiam até agora. Vamos ter nas ligações existentes mais oferta, isto é, mais pontualidade, menos intervalo entre autocarros. E vamos ter também horários em que esses autocarros não existiam e que vão passar a existir em horários noturnos, em horários de fim de semana”, explicou.

“Pela primeira vez é feita uma rede que é desenhada de raiz, em que se tem em conta as necessidades das pessoas e aquilo que são os trajetos que as pessoas necessitam fazer. Ora isto, no conjunto dos 18 municípios da AML”, acrescentou o autarca.

Este concurso internacional será também um passo para que a AML comece a gerir todos os restantes transportes públicos na sua área, entre os quais a Soflusa, a Transtejo e o Metropolitano de Lisboa.

Governo e autarquias alinhados no modelo de boa gestão

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, presente na cerimónia, salientou que são as autarquias as entidades que estão mais próximas das pessoas, lembrando, precisamente, que foi por este princípio de boa gestão que a Carris foi entregue à Câmara de Lisboa.

“É com expectativa que nós vemos a opção que vai ser desenhada pela Área Metropolitana de Lisboa, para muito depressa criarmos condições para que a Transtejo e a Soflusa sejam geridas por esta Empresa Metropolitana de Lisboa ou pelas autarquias que, dentro dela, a quiserem gerir”, sublinhou, assegurando que o Governo estará disponível para ajudar nos novos modelos de gestão que venham a ser concretizados.

“Faz sentido ser o Estado central a gerir esta empresa? Não faz e o mesmo digo relativamente ao Metropolitano de Lisboa, reconhecendo que, aqui, há um esforço de investimento muito grande a ser feito”, disse o governante, acrescentando que o Executivo está disponível para discutir a entrega futura da gestão deste meio de transporte, em todo o caso “com uma rede muito mais robusta do que aquela que hoje já tem”.

“Ficamos mesmo à espera da vossa proposta. Queremos mesmo que essa proposta seja uma proposta articulada”, sublinhou.

Concurso para as duas margens do Tejo

O concurso, válido para sete anos, coloca quatro lotes a concurso, com um total de 578 linhas, com ligação a outros meios de transporte, como o comboio, metro ou barco. A Carris Metropolitana vai manter 127 das carreiras existentes na AML, reforçar 321 e criar 130 novas linhas de transporte rodoviário.

Na margem norte estão a concurso o lote Noroeste (carreiras municipais de Amadora, Oeiras e Sintra e intermunicipais de ligação a Cascais, Lisboa e exterior da AML) e o Nordeste (Mafra, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira e intermunicipais para Lisboa e exterior AML).

Na margem sul, estão o lote Sudoeste (Almada, Seixal e Sesimbra e intermunicipais de ligação ao Barreiro e Lisboa) e o Sudeste (Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal e intermunicipais de ligação ao Barreiro e Lisboa e exterior AML).

O concurso define ainda níveis de qualidade de serviço, como informação e entretenimento a bordo, climatização e ventilação, segurança, pontos ‘USB’ e ‘wifi’. Prevê ainda uma plataforma tecnológica integradora dos serviços, para melhorar a informação ao público em tempo real nos autocarros e nas paragens, mas também em aplicações e nos telemóveis e na internet.

Os autocarros deverão ser mais ecológicos, com sistemas de transporte adaptados a pessoas com mobilidade reduzida e uma média de idades menor do que a atual.

Quanto aos vencedores, nenhum operador deverá ter mais de 50% da totalidade dos serviços contratados, para minimizar que o serviço fique em risco por incumprimento, estando ainda determinado que todos os trabalhadores das empresas que hoje efetuam o serviço de transporte rodoviário neste território têm que ser integrados pelo operador que vencer o respetivo lote.