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António Costa tem todas as condições para um terceiro mandato como primeiro-ministro

António Costa tem todas as condições para um terceiro mandato como primeiro-ministro

O presidente do Partido Socialista faz uma leitura positiva da forma como o Governo tem sabido responder à crise da pandemia de Covid-19, realçando que o país reconhece, sobretudo num contexto excecional, o valor da estabilidade e que compreenderia mal qualquer tentação de provocar uma crise política.
António Costa tem todas as condições para um terceiro mandato como primeiro-ministro

Em entrevista ao programa ‘Hora da Verdade’, da Rádio Renascença e do Público, Carlos César antecipa os desafios políticos e eleitorais próximos e não tem dúvidas: António Costa reúne todas as condições para repetir a vitória nas legislativas de 2023.

Numa altura em que o Governo se prepara para avançar no terreno com as medidas de estabilização económica e social face aos impactos da pandemia, alavancando a desejada recuperação da economia nacional, Carlos César rejeita a ideia de que o momento seja propício a provocar crises políticas, advertindo mesmo que os partidos sabem bem dos custos eleitorais que lhe estariam associados.

“Há uma consciência por parte dos partidos políticos de que a estabilidade é um fator essencial para o sucesso do país”, defende o presidente socialista. “Veja o caso do Orçamento Suplementar: o PCP votou contra, mas sua primeira preocupação foi de imediato clarificar que a sua posição em relação ao Orçamento Suplementar não tinha implicações na sua votação para o Orçamento do Estado (OE) de 2021. Sensivelmente o mesmo tem dito o BE, confessando até alguma ansiedade quanto ao início da data das negociações orçamentais”.

Para Carlos César, não faria qualquer sentido, até do ponto de vista da perceção dos portugueses, que os partidos que ao longo destes últimos cinco anos têm vindo a contribuir para a estabilidade e os bons resultados da solução governativa e orçamental do país viessem, agora, pôr em causa esse percurso.

Desafios políticos e eleitorais

Uma ideia, acrescenta, que também deverá ser aplicada à avaliação do próximo Orçamento do Estado: “O que é fundamental é que estes partidos deem sinais de que esse caminho de estabilidade irá ser seguido. O primeiro-ministro já disse que temos uma política clara de articulação privilegiada com os partidos da esquerda parlamentar, incluindo também o PAN e o Livre, e queremos que isso tenha uma dimensão de médio prazo e não de risco de instabilidade política para o dia seguinte. O PS tem a humildade de perceber que não temos maioria absoluta, mas os outros partidos, como o BE e o PCP, também deverão ter a humildade de perceber que não podem liderar o PS e o Governo, mas tão só influenciar e partilhar”.

Na entrevista, Carlos César antecipa também os próximos desafios eleitorais, mostrando-se convicto da consolidação de um bom resultado do PS nas autárquicas do próximo ano e sustenta que o partido e o país estão em boas mãos com uma liderança “forte e esclarecida”, projetando todas as condições para António Costa repetir a vitória nas próximas legislativas.

“Se hoje há uma realidade com que o PS e os portugueses se confrontam é com a qualidade da liderança de António Costa”, sublinha.

Sobre o tema das presidenciais, que acontecerão já no início de 2021, Carlos César afirma que essa discussão será tida no momento certo, mas que não é, para já, a prioridade na agenda dos socialistas. “Vamos proceder como sempre fizemos: uma adequada reflexão interna e apuramento da melhor posição que será aprovada pelos órgãos nacionais do PS”.

“O próximo congresso do PS deverá centrar as suas atenções na monitorização e definição das tarefas de recuperação do país e na preparação das eleições autárquicas”, completou.