“As negociações que estavam congeladas desde 2013 vão ser retomadas. As portas ficam abertas para acordos com a Índia ao nível comercial e dos investimentos”, começou por anunciar o primeiro-ministro, António Costa, no final da cimeira entre a União Europeia e a Índia, que teve lugar no passado sábado, dia 8 de maio.
“Estes acordos são fundamentais para o relançamento da economia global”, sublinhou António Costa durante a conferência de imprensa conjunta que contou com os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel.
O líder socialista referiu ainda que, além do restabelecimento das relações comerciais entre e União e a Índia, foram também “iniciadas conversações em torno da proteção das indicações geográficas e avançou-se com uma parceria estratégica nas áreas da conectividade, no digital, na energia, no transporte e nas relações entre os dois povos”.
A cimeira, realizada no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União, juntou pela primeira vez os 27 líderes políticos da União Europeia e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que representam “os dois maiores espaços democráticos do mundo”.
“As anteriores cimeiras foram meramente institucionais, onde apenas estavam presentes o primeiro-ministro indiano e as presidências do Conselho, da Comissão e a presidência rotativa”, apontou.
António Costa considerou ser “muito significativo” o facto de “num momento em que a Índia enfrenta uma situação tão dramática do ponto de vista da epidemia de Covid-19, Narendra Modi não tenha adiado esta cimeira”, acrescentando que a decisão de manter a realização da cimeira, “apesar de ter sido feita através de videoconferência, teve resultados muito importantes”.
O primeiro-ministro destacou, também, a importância geoestratégica da parceria estratégia entre a União Europeia e a Índia que começou agora a ser definida, designadamente em matéria de “defesa do multilateralismo e na junção de esforços para enfrentarem grandes questões globais, como a Covid-19, hoje, mas, também, e durante muito tempo, o combate às alterações climáticas”.
Importa salientar que a União Europeia é o maior parceiro comercial da Índia e o segundo maior destino das exportações indianas.
O desenvolvimento das relações com a Índia faz parte integrante da política externa de Portugal traçada por António Costa e que se traduziu na visita de Estado que o chefe do Governo realizou à Índia, em janeiro de 2017, tendo regressado mais tarde, em 2019. Nesta segunda visita, António Costa acertou com Narendra Modi que a cimeira entre União Europeia e Índia aconteceria no período da presidência portuguesa do Conselho da União, o que veio a acontecer com a realização desta cimeira.
Fica, assim, concretizado mais um compromisso pelo primeiro-ministro e Secretário-geral socialista, António Costa, e alcançado um importante objetivo estratégico para Portugal e para a Europa.
