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Só o voto no PS pode construir soluções e “unir de novo o país”

Só o voto no PS pode construir soluções e “unir de novo o país”

António Costa defendeu ontem, em Lisboa, a necessidade de “mobilizar e unir de novo o país”, fazendo um apelo a uma grande participação eleitoral no domingo, porque só o voto no PS pode decidir a escolha entre a continuidade do caminho de progresso alcançado nos últimos anos ou um programa político que vai “fraturar” a sociedade portuguesa e que não fecha a porta à entrada da extrema-direita.

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António Costa, comício em Lisboa

“Depois de domingo, é necessário mobilizar de novo o país, unir o país, ultrapassar feridas, não abrir novas feridas, porque temos uma pandemia cuja página temos definitivamente de virar, porque nós temos verdadeiramente que nos mobilizar para o que mais importa, que é fazer o país avançar, ser um país mais progressivo, mais inovador, mais moderno, que crie mais esperança, que dê confiança no futuro”, afirmou António Costa.

O líder socialista discursava no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, no grande comício do penúltimo dia de campanha, em que também intervieram Manuel Alegre, o líder da Juventude Socialista, Miguel Costa Matos, e o presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, Duarte Cordeiro.

Na sua intervenção, António Costa recordou o seu percurso pessoal no PS, sublinhando que a sua geração “teve o privilégio de poder viver um momento único” da história, que foi “a queda de uma ditadura e da difícil construção de uma democracia”.

“Eu sei quão difícil foi essa construção da democracia. Como essa construção nesses anos difíceis de 74, 75, 76 criaram feridas tão grandes entre aqueles que, durante 48 anos, tinham estado juntos contra a ditadura, contra o fascismo, pela liberdade e pela democracia”, afirmou.

O Secretário-geral do PS observou que “foi seguramente por ter tido essa experiência” que, em 2015, “quando era mesmo necessário encontrar uma solução diferente que permitisse pôr fim à ‘troica’ e à austeridade”, os socialistas confiaram na sua liderança para “derrubar um muro que há muitos anos precisava de ser derrubado” e criar uma solução governativa que envolvesse toda a esquerda.

“Mas sempre soube, e sei bem, que o PS só confiou em mim para eu derrubar esse muro porque sabia também em que escola é que eu tinha sido formado, que eu também não me baralho sobre qual é a nossa esquerda, sobre quais são os nossos caminhos”, vincou, referindo aqui partilhar também a “mágoa” que Manuel Alegre expressara na sua intervenção, por a esquerda que estava ao lado do PS ter juntado o seu voto à direita e à extrema-direita para chumbar um Orçamento progressista.

“Partilhamos todos seguramente a mágoa do Manuel Alegre, a mágoa seguramente de dois milhões e 700 mil portugueses que, há dois anos atrás, votaram para continuar a ‘geringonça’. Sim, partilho dessa mágoa. Mas a vida não se faz de mágoas, e também não se faz de rancores: a vida faz-se caminhando cada dia e enfrentando os desafios de cada dia”, disse.

Combater a extrema-direita e a direita que abre “novas fraturas na sociedade”

António Costa sustentou, de seguida, que o país não pode “abrir novas fraturas” na sociedade portuguesa, afirmando que também está em causa nestas eleições rejeitar o projeto de uma direita, liderada pelo PSD, que procura “normalizar o Chega” e trazer para a vida política um partido de extrema-direita “que está do lado de fora da democracia”.

“Quando foi necessário, porque estava em causa a sustentabilidade da Segurança Social, nós soubemos dizer não. Quando estava em causa um passo maior que a perna que ameaçava o futuro das empresas e com as empresas o emprego de quem lá trabalha, nós soubemos dizer não”, vincou, sublinhando que o PS tem “a autoridade para dizer ao PSD” que “não compreende nem pode compreender como é que passaram a campanha eleitoral toda a tentar normalizar um partido de extrema-direita” e “a tentar mitigar as propostas do Chega”.

António Costa frisou que, “em toda a Europa”, da esquerda à direita, os partidos “têm definido mesmo um cordão sanitário relativamente à extrema-direita”, dando o exemplo do que fez na Alemanha a ex-chanceler Angela Merkel.

Uma “linha vermelha” que, no entender do líder socialista, torna ainda mais incompreensível que o PSD “aceite” que um seu governo pudesse “ser viabilizado e ficar dependente de um partido de extrema-direita”.

“Isso connosco nunca acontecerá. Sim, porque nós ganhámos as eleições nos Açores e nos Açores nós não o fizemos com a extrema-direita para sermos o Governo para o qual tínhamos sido eleitos. Connosco, em circunstância alguma, o nosso Governo dependerá direta ou indiretamente, ativa ou passivamente, colaborante ou menos colaborante, do Chega”, afirmou, frisando que o PS não transigirá nunca nos seus valores.

António Costa vincou, pois, que fica claro aos portugueses que, no próximo domingo, vários partidos vão a jogo, “mas só dois podem ganhar”, representando duas visões diametralmente distintas do futuro que se quer para o país.

“E ninguém nos venha a dizer que é votando num terceiro que resolvemos este empate. Não! É votando no PS que resolvemos vitoriosamente este empate, a bem de Portugal, a bem das portuguesas e a bem dos portugueses”, concluiu.

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