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Zorrinho: «A teimosia não é boa conselheira»

Zorrinho: «A teimosia não é boa conselheira»

O líder parlamentar do PS defendeu hoje que o Governo deve assumir “o mal que fez ao país” ao não prolongar o prazo para as metas do défice e que isso teria evitado medidas tão duras.

Carlos Zorrinho acusou o Governo de chegar sucessivamente “atrasado” aos momentos decisivos e sublinhou que os socialistas há muito tempo que consideram que o ajustamento, “para ser forte e não destruir a economia, precisava de mais um ano”.

“Isso não quebrava em nada a confiança internacional e teria impedido que o país chegasse às circunstâncias em que agora se encontra”, defendeu, considerando, no entanto, que atualmente esta mudança “já não depende da vontade do doutor Passos Coelho ou do ministro Vítor Gaspar”.

“O falhanço da política e o não terem feito a tempo o que nós sugerimos leva agora a que não tenham outra alternativa”, afirmou.

O líder da bancada socialista assinalou que “não é por acaso” que Miguel Frasquilho “vem agora falar de dois anos”.

“Se calhar agora já são necessários dois anos para recuperar o mal que se fez ao país por não se ter feito esse ajustamento mais cedo”, disse.

No entanto, Zorrinho advertiu que “não é indiferente reconhecer agora que é preciso mais tempo ou tê-lo reconhecido antes”: “Se isto tivesse acontecido antes, muitas das medidas que levaram a mais de 15 por cento de desemprego, a uma taxa brutal de falências, a matar a economia, não teriam sido necessárias”.

Para o socialista, “cabe agora ao Governo fazer o diagnóstico do mal que fez à economia portuguesa”.

“Se o Governo vier a dizer que o erro que cometeu o leva agora a precisar não de um mas de dois anos, nós ouviremos as razões do Governo. A teimosia não é boa conselheira, o Governo tem sido teimoso e os portugueses têm pago isso na pele”, acrescentou.