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Opinião de Edite Estrela – “Um Congresso de unidade e voltado para o país”

Opinião de Edite Estrela – “Um Congresso de unidade e voltado para o país”

Opinião de:

Edite Estrela

O XXIII Congresso foi especial. Foi o congresso do reencontro em tempo de pandemia. E como foi bom rever e tocar amigos e camaradas que o vírus afastou! Que prazer podermos contactar e sorrir sem a intermediação fria e assética da tecnologia, ainda que com máscara e distanciamento. Foi também um congresso em que mesmo os ausentes estiveram presentes na emocionante homenagem a Jorge Coelho, um camarada de todos os combates e um “amigo” de todas as horas, como o definiu António Guterres.

Também Jorge Sampaio esteve presente no coração e aplauso de todos e nas palavras de muitos. Boas melhoras, amigo e camarada!

O gesto simbólico de António Costa entregar o cartão de militante a Marta Temido foi o justo reconhecimento do papel da ministra da Saúde no combate à crise sanitária. Um e outro agradeceram a dedicação dos profissionais de Saúde e sublinharam a importância do SNS, relembrando António Arnaut e a necessidade de continuar o investimento no setor. Agradecimento extensivo às portuguesas e aos portugueses “que confiaram na ciência e na vacinação como grande arma para vencer esta pandemia”, o que permitiu alcandorar Portugal ao quarto lugar mundial com maior taxa de vacinação contra a Covid19.

Os que se empenharam, nos dias que antecederam o congresso, em construir um guião de tabus e sucessores, ficaram desiludidos. Queriam cenas de dissenso e o que viram foi um partido unido e plural. E não gostaram. Alguns, como o vice-presidente do PSD, David Justino, comentaram o guião ficcional em vez do que viram e ouviram. E Rui Rio alinhou pelo mesmo diapasão, conseguindo mesmo ouvir o que ninguém disse e ver “escondido” o que não existe no PS, problemas internos, mas que abundam no PSD.

O guião real dos congressistas focou-se nas soluções para os problemas do país, estando todos conscientes dos efeitos da crise pandémica e de que é preciso aproveitar bem os fundos europeus disponíveis para “acelerar a resposta a muitas vulnerabilidades”.

O Secretário-geral elencou as prioridades para este novo ciclo político, de que destaco a alteração da legislação laboral para desincentivar a precariedade e promover o trabalho digno e com direitos para todos, incluindo para os trabalhadores das empresas de trabalho temporário como as de limpeza, catering e segurança e das plataformas digitais. E deixou o alerta: “Não é só no teletrabalho que há abuso de horários. E se queremos empresas produtivas temos de ter empresas que respeitem os recursos humanos”. E que paguem salários justos para que a geração mais qualificada de sempre não tenha de abandonar o país para se realizar profissionalmente. A paixão de António Guterres pela Educação e de Mariano Gago pela Ciência explicam o grande salto nas qualificações que o país deu em 25 anos.

Outra importante prioridade é a erradicação da pobreza infantil. António Costa anunciou o alargamento das medidas de combate à pobreza a todas as crianças, independentemente da sua idade, e o aumento dos incentivos ficais para todas as famílias a partir do segundo filho.

Para além disso, apresentou medidas de conciliação entre a vida familiar e profissional e de incentivo à natalidade, comprometendo-se a desenvolver o programa de creches, com a abertura já no próximo ano de mais dez mil lugares.

Estas e outras medidas podem fazer toda a diferença no setor económico, laboral e social. Lamento que Catarina Martins desvalorize o seu alcance, rotulando-as de “poucochinho”.

O PS sai deste Congresso fortalecido e mobilizado para continuar no caminho certo e garantir um futuro de progresso para as portuguesas e os portugueses.

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