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Seguro- «Os professores merecem ser tratados com dignidade»

Seguro- «Os professores merecem ser tratados com dignidade»

O secretário-geral do PS, António José Seguro, disse hoje que o Governo “está completamente desorientado” na preparação do novo ano escolar, estando a introduzir alterações, em julho, que provocam o “caos” e a “barafunda” nas escolas portuguesas.

Discursando durante o Dia da Federação Distrital de Coimbra do PS, em Oliveira do Hospital, António José Seguro considerou que “não tem nenhum sentido” que a reforma curricular a aplicar no próximo ano letivo tenha sido publicada em Diário da República “no início” de julho.

“Não tem nenhum sentido que se diga às escolas, como se fez há cerca de uma semana, que digam quais são os professores com horário zero, lançando instabilidade na preparação do próximo ano letivo, acusou.

O Governo “apercebendo-se de que a medida tinha consequências negativas”, recuou “a quatro rodas” e agora dá “orientações contrárias, dizendo que não é bem assim e que tem de haver uma certa flexibilidade”, disse Seguro. “Afinal no que é que ficamos?”, questionou o líder socialista.

Seguro frisou que a educação e a escola “não podem passar por momentos de instabilidade” e quando se fazem reformas e mudanças elas “têm de ser assimiladas” por todos.

“Tem de se dar tempo, tem de se envolver os agentes educativos, em particular os professores”, defendeu António José Seguro.

O líder do PS considerou ainda “chocante” assistir-se a professores com 10, 20 ou 30 anos de serviço e que agora “vivem a incerteza” de não saber o futuro “nem em que escola vão ser colocados para poder dar aulas”.

Para o secretário-geral do PS a situação “não faz sentido porque os professores merecem ser tratados com dignidade” e também porque “tem de haver estabilidade nas escolas” para que estas cumpram a sua missão e função.

Seguro afirmou ainda que “começam a soar vários sinais” de que o Governo “quer acabar com a garantia de que todos os jovens em Portugal possam cumprir nove anos do ensino básico, de acesso universal e gratuito, ou até aos 15 anos”.

Segundo o líder do PS, o Governo “prepara-se para dar uma machadada nesse ensino básico universal e gratuito e, porventura, criar uma via alternativa para as crianças com 10 anos”.

Para António José Seguro este é um assunto “demasiado sério” que merecerá a oposição do PS.

“Não se atrevam a ir por aí”, disse, dirigindo-se ao Governo.