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Seguro: "Mude-se o Memorando"

Seguro: "Mude-se o Memorando"

O secretário-geral do PS defendeu hoje a aplicação de uma “austeridade inteligente” que evite a recessão e perguntou “por que razão não se mexe no memorando”, para dar mais tempo a Portugal para consolidar as suas contas públicas.

António José Seguro fez estas declarações em São Bento, logo após uma reunião com o primeiro-ministro, no âmbito da preparação do Conselho Europeu desta semana, na qual também participaram o líder parlamentar socialista, Carlos Zorrinho, e a presidente do partido, Maria de Belém.

“Eu pergunto: por que razão é que não se mexe no memorando? Por que razão é que não temos mais um ano, no mínimo? Caso contrário, nós podemos correr o risco de cumprir tudo o que está no memorando, mas de isso significar vida pior para os portugueses e mais dificuldade para as nossas empresas. É isso que neste momento está a acontecer”, acrescentou.

De acordo com o secretário-geral do PS, justifica-se que o memorando assinado com a troika seja alterado, porque se alteraram as “condições objetivas” no plano interno, “havendo necessidade, em 2012, de fazer uma redução de maior volume da despesa”, e também no plano externo, “com o arrefecimento da economia na zona euro”, para onde Portugal exporta “cerca de dois terços” dos seus produtos.

António José Seguro declarou-se a favor de “medidas de austeridade, mas na dose suficiente”, ou seja, de “uma austeridade inteligente, que não tenha como efeito a recessão e a quebra da economia”, e que seja acompanhada por “uma prioridade dada ao crescimento e ao emprego”, que, a seu ver, é o único caminho para um país pagar as suas dívidas.

Mais uma vez, acusou o Governo PSD/CDS-PP e o primeiro-ministro de terem uma “obsessão pela austeridade”, tendo sido, também, a posição dominante da União Europeia. “É, por isso, necessário que a União Europeia e o Governo português passem da prioridade da austeridade para a prioridade do emprego. Esta é uma divergência que mantemos com o Governo português e que reafirmámos hoje”, disse.