“No dia de ontem, os portugueses puderam perceber bem que a direita parlamentar não oferece nenhuma solução estável quer no Parlamento, quer no Governo e que a direita é, ela própria, um fator de instabilidade na vida política e na vida dos portugueses”, comentou o líder parlamentar do PS em exercício no final da reunião da bancada socialista.
Eurico Brilhante Dias recordou que ontem, no arranque da XVI legislatura, “o Grupo Parlamentar do Partido Socialista entrou no hemiciclo para votar o candidato apresentado pela direita, que tinha um acordo firmado entre as bancadas da direita, acordo que ruiu aos olhos dos portugueses ainda durante a tarde”.
“Perante o resultado, o Grupo Parlamentar do PPD/PSD retirou o seu candidato e, nessa sequência, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista entendeu que devia apresentar um candidato para não deixar este Parlamento sem uma liderança”, tendo avançado com Francisco Assis, esclareceu.
Perante este “impasse institucional”, o Grupo Parlamentar do PS entendeu propor ao Grupo Parlamentar do PPD/PSD uma solução que impeça a degradação da imagem das instituições, “mesmo depois de o candidato apresentado pelo Grupo Parlamentar [do PS] ter ganho duas votações”, frisou Eurico Brilhante Dias.
O líder parlamentar socialista destacou que esta solução foi alcançada “sem prejuízo de isto configurar apenas um compromisso institucional que nada tem de programático e não altera a condição em que o Partido Socialista é a força política que lidera a oposição em Portugal, com um programa político bem distinto daquele que é apresentado pela AD”.
“A nossa proposta, que teve o acolhimento do Grupo Parlamentar do PPD/PSD, permite desbloquear já hoje a liderança desta instituição fazendo com que, durante os próximos dois anos, nas duas próximas sessões legislativas, o presidente da Assembleia da República seja o nome indicado pelo PPD/PSD e que, nas sessões legislativas sequentes, a liderança da Assembleia da República seja assegurada por um parlamentar do Partido Socialista”, adiantou.
De acordo com Eurico Brilhante Dias, esta “é uma solução possível de executar politicamente”.
