home

PS acusa: QREN esta parado há um ano e linha de crédito ainda não chegou as empresas

PS acusa: QREN esta parado há um ano e linha de crédito ainda não chegou as empresas

O PS advertiu hoje que os custos do crédito estão a “estrangular o financiamento das empresas” e que após um ano de Governo continuam sem avançar a reprogramação do QREN e a linha financiada pelo Banco Europeu de Investimento.

“O PS esteve todo o dia concentrado na economia, encontrou empresas com potencial de crescimento e pequenas e médias empresas, com bens transacionáveis orientados ao mercado externo, mas que sem financiamento não vão conseguir crescer”, afirmou Eurico Dias.

O secretariado nacional do PS falou aos jornalistas no final de reuniões na sede do partido com empresários de vários setores da economia (hotelaria e turismo, tecnologias de informação, restauração, construção, moldes, energia, agrícola e agro-alimentar e comércio e serviços) para preparar o debate do Estado da Nação da próxima quarta-feira.

Eurico Brilhante Dias adiantou que uma das questões centrais apontadas pelos empresários reside nos problemas de financiamento e também nas “enormíssimas dificuldades no acesso aos seguros de crédito” para exportação.

“A principal conclusão é a de que não vamos conseguir sair desta crise sem crescimento económico e o custo do financiamento mais do que duplicou num ano, ele é escasso e muito caro”, realçou.

Eurico Dias sublinhou que a reprogramação dos fundos comunitários (QREN) está “parado há praticamente um ano” e que este é um “elemento decisivo para o financiamento das empresas, num momento em que já sabíamos que a banca iria contrair e que o processo de desalavancagem levaria a uma redução substancial do crédito disponível”.
“Ora, o QREN está parado há um ano, há um ano que estamos a falar da reprogramação estratégica, as empresas ficaram um ano sem concursos abertos para internacionalização, inovação e qualificação e portanto, a rápida posta em marcha do QREN para financiar setores transacionáveis é um elemento decisivo”, apontou.

O secretário nacional do PS para a Economia e Inovação referiu ainda a proposta dos socialistas aquando da discussão do Orçamento do Estado para 2012 para a criação de uma linha de crédito do BEI no valor de cinco mil milhões de euros.

“Essa resolução foi aprovada pela maioria, embora sem este montante mas foi aprovado o princípio, ora, essa proposta que fizemos continua atual, porque em bom rigor não chegou às empresas, não temos notícia de que tenha chegado às empresas”, afirmou.

Eurico Dias frisou que o PS já tinha alertado a ‘troika' para os efeitos desta “desalavancagem da economia portuguesa muito, muito, severa”.

“Este processo ia trazer novas restrições que, ou tinham complementos, como no caso da linha BEI ou do QREN, ou então ficaríamos num tal estrangulamento de crédito que a economia teria muitas dificuldades”, destacou.

Eurico Dias apontou ainda o setor hotelaria e restauração, “fortemente empregador e transacionável em parte”, como um dos mais afetados: “Está a sofrer dificuldades imensas e está infelizmente a perder muitos postos de trabalho” e advogou que o que houve “foi uma opção política clara de desvalorização interna da economia portuguesa, de redução de rendimentos e de estancamento de todos os instrumentos que poderiam fazer com que a economia crescesse”.