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Prioridade à reconstrução e ao cabal esclarecimento das causas

Prioridade à reconstrução e ao cabal esclarecimento das causas

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que a reconstrução dos territórios atingidos e a normalização da vida das populações, a par do esclarecimento cabal das causas da tragédia, são as duas grandes prioridades que orientam o trabalho do Governo sobre o incêndio que assolou Pedrógão Grande e os concelhos limítrofes, rejeitando qualquer interesse em contribuir para alimentar polémicas de cariz partidário.
Prioridade à reconstrução e ao cabal esclarecimento das causas

“Em primeiro lugar, a reconstrução e a reposição da normalidade nos territórios atingidos, razão pela qual no final desta semana teremos concluído o levantamento das necessidades em matéria de habitação e de infraestruturas”, apontou, referindo-se à primeira prioridade do Executivo.

António Costa adiantou que já estão a decorrer obras no terreno relativamente a pavimentos que foram destruídos, assim como já se encontram no terreno equipas da Segurança Social a prestar apoios sociais de emergência.

Ainda de acordo com o primeiro-ministro, o Governo está já a trabalhar, através do Ministério da Agricultura, para “assegurar a reposição da capacidade produtiva, garantindo ao mesmo tempo a alimentação de animais após a destruição de pastos”. Ao mesmo tempo, adiantou, terá hoje lugar em Bruxelas uma reunião com a presença do ministro do Planeamento, Pedro Marques, para agilizar junto da Comissão Europeia apoios comunitários, designadamente para a reconstrução de empresas.

“Numa segunda linha”, avançou, “queremos o esclarecimento cabal, seja daquilo que nós próprios – Governo – devemos obter de informação, seja ao nível de inquéritos independentes”, referindo-se ao inquérito conduzido pelo Ministério Público e à iniciativa do PSD junto da Assembleia da República. “Daremos todo o apoio e estamos disponíveis para colaborar ativamente”, assegurou.

O primeiro-ministro afirmou também aguardar, para hoje mesmo, os esclarecimentos da rede de comunicações SIRESP, dizendo aguardar igualmente a resposta do Instituto Português do Mar e da Atmosfera sobre a especificidade do evento de natureza meteorológica que ocorreu naquela zona do país e o resultado final do inquérito conduzido pela GNR.

“Isto é fundamental porque temos de apurar todas as questões relativas a este acidente, primeiro porque o devemos à memória daqueles que faleceram, ao respeito que temos de ter pelas famílias e amigos das vítimas, e também porque temos esse dever com as populações daquele território e para todo o país. É preciso saber o que se passou para que, de futuro, não volte a acontecer”, sustentou António Costa.

Tragédia exige prudência e responsabilidade

O líder do Executivo reagiu ainda às declarações do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, sobre a atuação do Governo, afirmando que não vai contribuir para criar polémicas, sublinhando que a dimensão da tragédia e o respeito pelas vítimas exige prudência e responsabilidade.

“Não vou tirar conclusões antecipadas face aos relatórios que foram solicitados, mas ninguém pode deixar de estar revoltado com o facto de, até este momento, termos perdido 64 vidas humanas num incêndio daquela dimensão. Todos nós temos de ser exigentes para esclarecer tudo o que há para esclarecer. Nada poderá ficar por esclarecer”, respondeu.

“Vou aguardar serenamente as conclusões dessas informações. Mas eu não respondo antes de perguntar, nem concluo sem ser em função de informações que obtenho. Sobre polémicas, o líder da oposição fará as polémicas que entende, mas comigo não fará, porque não tenho um ponto de vista a defender”, acrescentou o líder do Governo.

António Costa fez ainda uma recomendação de “prudência”, quer nas afirmações que se produzem, quer nas notícias sobre a tragédia, lembrando a forma como se divulgou a queda de um avião que afinal nunca se verificou.

“Temos de falar com muita seriedade, porque estamos a falar da maior tragédia humana que o país alguma vez viveu. Isso exige a todos muita prudência e muita responsabilidade”, insistiu o primeiro-ministro.