«Primeiro-ministro que não tem nenhum resultado positivo para anunciar ao país»

Após a entrevista do primeiro-ministro à TVI, o Partido Socialista afirmou que Pedro Passos Coelho revelou a sua “insensibilidade social” por estar mais preocupado com os cofres do Estado do que com as pessoas.

Carlos Zorrinho destacou como um “momento muito marcante” a resposta que o primeiro-ministro deu em relação à evolução do desemprego. Quando questionado acerca do possível aumento do desemprego, “respondeu que não tinha a certeza, que não sabia, mas esperava que não porque isso seria muito negativo para os cofres do Estado. Ora esta resposta revela tudo sobre a insensibilidade social de um primeiro-ministro que, com um milhão e duzentos mil desempregados, com mais de 35% dos jovens desempregados, está preocupado com o cofres do Estado, que é importante, mas não está preocupado com as pessoas, não assumiu nesta entrevista nenhum compromisso com as pessoas”, disse o líder parlamentar do PS.

Zorrinho chamou a atenção para o facto de os compromissos com os mercados terem sido todos assumidos, porém não existe nenhum compromisso com as pessoas.

Relativamente às referências ao Partido Socialista, Zorrinho considerou que Passos Coelho “endossou para as bases a crispação em relação ao PS”, mas o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, “não é propriamente base e fez uma intervenção muito crispada [no congresso social-democrata do passado fim-de-semana], o ministro Miguel Relvas está longe de ser uma base e fez uma intervenção muito crispada”.

Acusou o PSD de ter duas caras, “um PSD que esteve durante dois dias no congresso, o PSD do discurso final do primeiro-ministro… Há um PSD que quer dialogar com o PS, há um PSD que está crispado, o PSD tem de tomar uma decisão”, acrescentou.

Quanto à regra de ouro, o líder da bancada parlamentar afirmou que “a posição do PS é muito clara”, considerando que esse assunto deve ser “considerado como assunto de Estado”.