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Presidente da Estrutura de Missão tomou posse

Presidente da Estrutura de Missão tomou posse

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta terça-feira que “a revitalização do interior, a valorização da floresta, e a proteção e segurança das pessoas e dos seus bens” são os três grandes desígnios do novo modelo de prevenção e combate aos incêndios florestais.
Presidente da Estrutura de Missão tomou posse

A declaração do líder do Executivo socialista foi feita na tomada de posse do presidente da Estrutura de Missão para a instalação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, Tiago Martins de Oliveira, que ficará na dependência direta do primeiro-ministro.

Falando na cerimónia, que teve lugar em São Bento, António Costa recordou que a análise realizada pela comissão técnica independente, após o incêndio de Pedrógão Grande, revelou ser “urgente introduzir uma reforma profunda no modelo de prevenção e combate aos incêndios florestais”.

“É agora tempo de executar essa reforma”, acentuou o primeiro-ministro, sublinhando também a importância de garantir “que não haverá ruturas”.

Prioridades

António Costa evidenciou, depois, as “três marcas fundamentais” que se retiram da recomendação da comissão técnica.

Em primeiro lugar, referiu, “integrar a prevenção e o combate aos incêndios florestais, o que implica claramente reforçar o pilar da prevenção, e dar uma nova centralidade ao Instituto da Conservação da Natureza das Florestas neste contínuo de prevenir e combater os incêndios florestais”.

Em segundo lugar, prosseguiu o líder do Executivo, “profissionalizar e capacitar, através da introdução, em todos os níveis, do planeamento ao combate, do conhecimento, mas também a valorização profissional”.

Para esta última dimensão, acrescentou, devem concorrer “a mobilização das estruturas que o Estado já dispõe, das suas Forças Armadas, das suas forças de segurança”, mas também “introduzindo novas componentes de profissionalização”, em parceria com os múltiplos agentes e instituições envolvidas, “para corresponder àquela que é hoje a realidade sociodemográfica do país”.

Em terceiro lugar, “a especialização, de forma a garantir a tendencial segmentação entre os meios que são alocados à proteção das pessoas e das povoações”, que constitui a “missão primeira da proteção civil”, e dos recursos “que são alocados preferencialmente à prevenção e ao combate dos incêndios no mundo rural”, concluiu.

Uma estratégia global e colaborativa

Natural do Porto e doutorado em Engenharia Florestal e Recursos Naturais, Tiago Martins de Oliveira afirmou a sua convicção de que, em matéria de reforma do modelo de prevenção e combate aos incêndios, é “possível fazer melhor” e ser “mais eficiente”, com uma estratégia colaborativa, envolvendo “as partes interessadas contra um inimigo comum”.

“Durante os próximos meses estaremos focados em contribuir em que o ICNF, a ANPC e a GNR construam este sistema, assegurando que daqui a um ano ele seja avaliado, dotado de mecanismos de aprendizagem e capaz de melhorar sucessivamente”, afirmou.

Alertando que as causas do problema “são antigas e, portanto, vai levar tempo a corrigir”, o presidente da nova Estrutura de Missão advogou que “será necessário ter uma estratégia global, mas contando com os atores a nível local”.

“O problema é regionalmente diferenciado, multiparticipado e, portanto, são diversas as soluções consoante o perfil de risco, os ativos e a capacidade local de assumir por si a questão desse mesmo risco”, salientou.

“A urgência de reduzir as ocorrências”, acrescentou, “passa também pela mudança de comportamentos em relação à floresta e as práticas de risco”, o que exigirá um esforço transversal de educação de comportamentos e boas práticas, desde programas dedicados à população estudantil até à sensibilização da população rural e mais envelhecida, assinalou.