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Portugal saúda acordo da CPLP sobre a liberdade de circulação dos cidadãos

Portugal saúda acordo da CPLP sobre a liberdade de circulação dos cidadãos

Os países que integram a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) alcançaram este fim de semana, na cimeira de Luanda, um novo acordo que vai permitir aos cidadãos poderem circular livremente nos restantes países da comunidade, invertendo a presente prioridade de autorização de circulação pela emissão de visto.

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António Costa, cimeira CPLP em Luanda

“Por princípio deve haver autorização salvo se houver uma ordem de expulsão do território nacional, se houver ordem de interdição em território nacional ou o registo criminal do cidadão colocar alguma dúvida em matéria de segurança. Fora isso, a regra deve ser a da liberdade da circulação”, destacou António Costa, na conferência de imprensa no final do encontro na capital angola.

Tendo ao seu lado o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o líder do executivo português deixou a garantia de que este novo acordo de mobilidade “vai mudar tudo na vida das pessoas”, lembrando o calvário de queixas acumuladas que tem havido com a emissão de vistos, um cenário que passará agora, com a sua entrada em vigor, “a permitir a total liberdade de circulação”. Um compromisso para o qual António Costa se empenhou de forma decisiva, tendo sido incluído no Programa de Governo em 2015 e tendo sido apresentado, por iniciativa do primeiro-ministro português aos parceiros da CPLP na cimeira de Brasília, em 2016.

Para que este novo acordo de mobilidade na CPLP entre em vigor, o Governo vai enviar a proposta à Assembleia da República para ratificação esperando que a medida venha a ser aprovada “já no começo da nova sessão legislativa, em setembro”, lembrando António Costa, contudo, que o trabalho para a concretização deste compromisso ainda “não está concluído” uma vez que se está somente “perante um acordo quadro”, sendo fundamental, como também salientou, que todos os Estados-membros o ratifiquem.

Um dos pontos salientados pelo também líder socialista e que António Costa valorizou especialmente, tem a ver com a necessidade, como defendeu, de os países da CPLP “agilizarem as emissões de vistos para qualquer cidadão e não somente para diplomatas ou empresários”, lembrando, a propósito, o complexo caso que envolveu Portugal e o Brasil, na década de 90, acerca da presença de dentistas brasileiros no país, mas também as “dificuldades sentidas pelos engenheiros portugueses no Brasil”.

São casos como estes, ainda segundo o primeiro-ministro, que este novo acordo de mobilidade passará a poder resolver de forma mais célere, designadamente através do reconhecimento das “habilitações académicas ou de outras qualificações para o exercício das profissões reguladas”.

Uma Comunidade madura

O primeiro-ministro teve ainda ocasião de referir que, com 25 anos de existência, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa oferece hoje todas as garantias de ser uma “organização internacional adulta e madura”, com todos os países a poderem ser corresponsabilizados pelos êxitos entretanto já alcançados, uma vez que todos, como também lembrou António Costa, já ocuparam o secretariado executivo da CPLP, faltando apenas agora Timor-Leste, que acaba de ser eleito por unanimidade nesta cimeira de Luanda para ocupar o próximo exercício de funções.

De acordo com o primeiro-ministro, a CPLP é hoje uma “porta de entrada para vários espaços comerciais e económicos”, referindo a este propósito o facto de ser uma organização onde predomina uma cooperação nos mais variados domínios, não só da língua, mas igualmente no pilar económico e empresarial, “um vasto espaço que engloba a maior economia da América do Sul, o Brasil, um país membro da União Europeia, Portugal, e vários Estados-membros em crescimento acelerado no continente africano”.

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