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Olaf Scholz e Felipe González enaltecem liderança “progressista” do PS

Olaf Scholz e Felipe González enaltecem liderança “progressista” do PS

Convidado ilustre no jantar comemorativo do 50º aniversário do PS, o chanceler alemão, Olaf Scholz, elogiou a liderança política “progressista” do Secretário-Geral dos socialistas portugueses, António Costa, realçando os resultados da economia portuguesa e a visão de um país que “abraça o futuro”.

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Presente no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, em representação do SPD, partido que foi determinante, sob a liderança de Willy Brandt, no apoio à fundação do PS, Olaf Scholz começou por evocar o primeiro líder dos socialistas portugueses, Mário Soares, e o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, Jaime Gama.

“Acreditavam naquilo que Portugal é atualmente sob a liderança de António Costa. Estamos a assistir a uma mudança das marés. O mundo do século XXI será indubitavelmente multipolar, com novos poderes a emergirem ou reemergirem e, ao mesmo tempo, com uma transformação para um mundo digital e climaticamente neutro. Nada devemos temer se estivermos dispostos a abraçar o futuro”, sustentou.

O chanceler alemão elogiou, depois, os resultados económicos alcançados por Portugal ao longo dos últimos anos, dizendo que são uma consequência “de uma liderança política progressista”.

“Uma liderança de um país que abraça o futuro, que não vê a mudança como uma ameaça, mas sim como uma oportunidade para melhorar o estado das coisas e para crescer. Esta premissa, de que o futuro está em aberto e que podemos contribuir para a sua melhoria, é o que nos une como sociais-democratas na Europa e no mundo”, acrescentou.

No plano internacional, o primeiro-ministro da Alemanha vincou também, no seu discurso, a condenação à intervenção militar russa na Ucrânia, destacando a ação do secretário-geral das Nações Unidas e antigo líder socialista, António Guterres.

“Devemos a António Guterres e ao seu empenho o levantamento inicial do bloqueio às exportações da Ucrânia”, assinalou.

Terminou citando Willy Brandt: “É nosso dever passar do egoísmo nacional para uma política europeia interna e global que atente na responsabilidade de assegurar que todas as pessoas, onde quer que esteja, tenham uma existência humana e digna”.

O que nos dá identidade e futuro é a memória

Por sua vez, o líder histórico dos socialistas espanhóis, Felipe González, também ilustre convidado na celebração dos 50 anos do PS, defendeu, na sua intervenção, a importância da memória na política.

“Comemorar é trazer à memória. Asseguro-vos que os que perdem a memória do lugar de onde vêm não são capazes de construir o futuro. O que nos dá identidade é a memória. O que nos dá identidade é ser leais à memória, nos acertos e também nos erros”, afirmou.

O antigo presidente do Governo de Espanha recordou, com emoção, o caminho partilhado por socialistas espanhóis e portugueses e o papel de Mário Soares na construção da democracia em Portugal.

“Quando todo o mundo ou quase todo o mundo tinha baixado os braços porque pensavam que não havia conserto e que ia voltar o autoritarismo depois da Revolução dos Cravos, houve um ser humano que saiu à rua e deu a volta a Portugal, dizendo: isso não vamos tolerar”, referiu.

Felipe González elogiou “essa coragem cívica, essa convicção democrática, de uma democracia pluralista, de uma democracia respeitadora do Estado de direito, defensora dos direitos humanos” e acrescentou que é preciso manter “essa firme convicção”.

“Quando se perde isso, é preciso que repetir o ciclo histórico: defender a democracia quando se perde, em vez de a defender quando se tem”, alertou.

O antigo secretário-geral do PSOE prestou “homenagem a este Governo, ao Governo atual” de Portugal, chefiado por António Costa, considerando “que é leal a estes princípios, os fundamentos da convivência, e que prossegue na luta”.

Felipe González apontou também as desigualdades de rendimentos como um desafio que permanece, “com novos e diferentes obstáculos”, e que tem de ser continuar a combatido com “ferramentas novas”.

No final da sua intervenção, fez também uma referência à guerra na Ucrânia, observando que o imperativo da solidariedade tem sempre “um custo”, mas que não se pode tolerar a agressão da Rússia. “Se toleramos o que se está a passar sem solidariedade para com a Ucrânia, ter-se-ão quebrado todas as regras do jogo, ter-se-á quebrado a construção soberana da independência do país. Portanto, temos de ser solidários com a Ucrânia”, sustentou.

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