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Nota de Pesar pela morte de Mário Mesquita

Nota de Pesar pela morte de Mário Mesquita

A Direção Nacional do Partido Socialista (PS) expressa o seu pesar perante a notícia do falecimento de Mário Mesquita, um dos fundadores do Partido Socialista, professor universitário, jornalista e antigo diretor do jornal “Diário de Notícias”.

Açoriano, nascido em 1950, em Ponta Delgada, Mário António da Mota Mesquita deixou-nos uma herança profundamente matizada pelo pioneirismo, no que toca ao jornalismo, ao seu ensino e à área das Ciências da Comunicação em geral. A sua consciência política foi delineada, desde cedo e de forma inequívoca, pelos contornos do oposicionismo à ditadura de Salazar, luta a que associou a sua escrita. Iniciou-se no jornalismo ainda antes do 25 de Abril, no jornal “República” e, em 1973, associou a sua voz ao Partido Socialista, tornando-se seu membro fundador nesse mesmo ano. Viria a ser deputado à Assembleia Constituinte pelo Partido Socialista (de 1975 a 1976).

Mário Mesquita construiu uma carreira marcada pelo pensamento crítico e livre, que acompanhou sempre a praxis da sua vida política, profissional e académica. A sua passagem pelo “Diário de Notícias”, como diretor-adjunto, de 1975 a 1978, e depois como seu diretor, de 1978 a 1986, e pelo “Diário de Lisboa”, de 1989 a 1990, são apenas alguns exemplos da amplitude das suas capacidades e da sua marca.

Outro exemplo já indelével na memória de todos é o seu percurso na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa. Também aqui, tal como na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, foi fundador e pioneiro, tendo contribuído em larga medida para a formação de várias gerações de jornalistas. Foi também fundador do curso superior de jornalismo da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Foram vários os prémios que recebeu ao longo da sua carreira profissional. Em 1981, o Presidente da República, Ramalho Eanes, agraciou-o com a Ordem do Infante Dom Henrique, tendo-lhe sido igualmente atribuídas condecorações em França (Ordre Nationale du Mérite) e na Bélgica (Ordre Léopold II). Em 2016, a Assembleia da República viria a declará-lo deputado honorário.

Neste momento de luto, endereçamos aos seus familiares e amigos as nossas mais sentidas condolências. A todos, garantimos o nosso empenho na perpetuação da grata memória de Mário Mesquita, que o mesmo emprestou, em Portugal, não só à génese do Partido Socialista, mas também à criação de um jornalismo independente e de uma sociedade justa e democrática.

 

Fotografia: Fundação Mário Soares-Maria Barroso

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