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LIPP lançado!

LIPP lançado!

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Foi hoje apresentado no Museu da Eletricidade, em Lisboa, o Conselho Coordenador do Laboratório de Ideias e Propostas para Portugal (LIPP), entidade que substituirá o gabinete de estudos do PS e que tem como objetivo preparar um programa político para apresentar nas eleições legislativas de 2015, tendo como horizonte de aplicação 2024.

Será presidido pelo secretário-geral do PS e estão na direção, Alfredo Bruto da Costa (investigador), Gustavo Cardoso (professor universitário), Helena Freitas (professora na Universidade de Coimbra), João Cardoso Rosas (docente na Universidade do Minho), o ex-ministro da Educação Júlio Pedrosa, Sara Medina (administradora da Sociedade Portuguesa da Inovação), o deputado Francisco Assis, a ex-ministra do Emprego Maria João Rodrigues e o gestor Rui Grilo.

Na sua intervenção Seguro definiu o LIPP como “um movimento amplo, aberto e que funciona como uma plataforma que contagie e envolva mais pessoas na discussão que vão realizar”.

“É uma nova cultura que se apresenta, é uma renovação do contrato social que vá muito para além da circunstância política e das presentes gerações. É um compromisso com todos os portugueses e com as futuras gerações”, disse.

O secretário-geral do PS fez hoje um discurso contra “a tirania do dinheiro e dos mercados” e acusou Passos Coelho de ser um primeiro-ministro que apenas tem como saídas para a crise o empobrecimento e a emigração.

António José Seguro fez uma defesa firme do Estado social contra lógicas neo-liberais e criticou duramente o caminho seguido pelo atual Governo.

Segundo Seguro, Portugal é governado por “um líder de braços caídos, como o atual primeiro-ministro, que representa o oposto do que se exige a todos”.

“Como pode um povo ser governado por alguém que aponta como saídas para a crise o empobrecimento e a emigração?”, questionou o líder socialista.

Em termos de doutrina política, Seguro fez um violento ataque à lógica neoliberal, que apelidou de “tirania do dinheiro e dos mercados”.

“Os mercados financeiros criaram os seus próprios instrumentos, capturaram o Estados e impõem a sua receita. Consequência: Recessão económica, mais desempregados, mais precariedade, mais pobreza e mais exclusão social”, sustentou o secretário-geral do PS, antes de deixar uma advertência.

“A democracia não pode sobreviver perante tamanhas injustiças face a tantas desigualdades, perante o declínio da classe média, face a partidos distantes dos problemas das pessoas e confrontada com a geração mais qualificada de jovens portugueses cujo desemprego atinge os 35 por cento”, apontou.

Como alternativas, Seguro propôs genericamente “o caminho da qualificação, da criatividade, da inovação, da investigação e da aposta nas energias verdes, num discurso em que também defendeu a componente pública dos sistemas de saúde, de educação, de Segurança Social e o acesso à justiça.

“Sectores como a saúde, a educação, a Segurança Social e a Justiça não podem estar sujeitos aos critérios do mercado ou funcionarem como assistencialismo ou caridade, apanágio do atual Governo”, afirmou em nova crítica dirigida ao executivo de direita.

 

 

Intervenção do Secretário-Geral do PS no Lançamento do LIPP

Portugal é uma nação milenar, com forte identidade, que sempre venceu a adversidade com engenho e arte. Somos um país de descobridores, a quem não pode faltar a Bússola e o Astrolábio, e a esperança de dar novos mundos ao mundo.

Precisamos resgatar financeiramente a nossa economia e estamos a fazê-lo, como um compromisso responsável do PS e com uma paixão cega da coligação que nos governa.

Fomos na segunda metade da década anterior um dos países que mais progrediu no repositório para o conhecimento, a tecnologia e a inovação. Esse repositório não pode ser perdido. Todos os países que conseguiram progressos económicos relevantes nas últimas décadas tiveram em comum a aposta consistente e estrutural nos fatores de competitividade, crescimento e emprego. 

Novos tempos significam novos desafios. Por isso queremos com os portugueses resgatar a esperança num Portugal vencedor, central em termos geoeconómicos, capaz de gerar oportunidades para os seus jovens e de atrair investimento estrangeiro em áreas de fronteira como os serviços de valor acrescentado, o turismo, as indústrias limpas, as novas energias ou as comunicações e conteúdos digitais.

O LIPP é uma nova etapa na construção duma alternativa com as pessoas e para as pessoas em Portugal. Só um País mobilizado pode enfrentar as dificuldades e vencer.

Aos braços caídos de quem nos governa contrapomos a responsabilidade de fazer melhor.

Ao isolamento do Governo Português como protetorado descartável da Alemanha e dos seus interesses, contrapomos uma visão cosmopolita, exigente e forte dum país que interpreta o seu papel de ponte entre civilizações, entre sociedade e entre economias.

Nós não desistimos.

Connosco Portugal tem futuro, porque queremos o Portugal que acredita e que luta a trabalhar connosco para juntos estarmos à altura dos tempos, dos desafios e das oportunidades que elas configuram. 

Dirijo-me a todos os que hoje aqui estão neste simbólico espaço do museu da eletricidade mas dirijo-me também a todos os portugueses.

Há um lugar para a esperança e para o sucesso. Esse lugar é Portugal. Um Portugal que juntos vamos fazer acontecer.

 

Minhas Senhoras e Meus Senhores:

Em primeiro lugar uma palavra de agradecimento pela vossa presença.

É muito encorajador reunir neste encontro um conjunto tão diversificado de pessoas, com tanta qualidade e com tantas experiências relevantes e com um elevado sentido de defesa do bem comum. 

Orgulho-me da presença de cada um de vós e permitam-me que distinga as cidadãs Helena Freitas, Maria João Rodrigues e Sara Medina e os cidadãos Alfredo Bruto da Costa, Francisco Assis, Gustavo Cardoso, João Cardoso Rosas, Júlio Pedrosa e Rui Grilo por terem aceite integrar a direcção do Laboratório de Ideias e Propostas para Portugal. A vossa diversidade, alicerçada numa matriz comum de valores será a força motriz do LIPP.

Meus amigos, vivemos tempos de mudanças.

Nós queremos participar na construção dessa mudança. É por isso que aqui estamos.

Este é um tempo raro na vida de um País. Poucas gerações tiveram a oportunidade de mudar tanto o futuro do nosso país como nós.

Esta é a oportunidade de dar corpo aos nossos sonhos e fazer de Portugal uma terra onde cada pessoa se sinta feliz. Onde nenhum português fique para trás. Onde a dignidade humana seja a referência essencial. Onde as palavras igualdade, liberdade, dignidade, solidariedade e felicidade sejam mais utilizadas do que défice, divida, austeridade, recessão, insegurança, desemprego e medo.

Vivemos tempos muito difíceis. Todos o sabemos.

As sociedades ocidentais libertaram-se das ditaduras políticas mas permitiram a construção de uma nova tirania: A tirania do dinheiro e dos mercados.

Os mercados financeiros criaram os seus próprios instrumentos, capturaram os Estados e impõem a sua receita. Consequência: recessão económica, mais desempregados, mais precaridade, mais pobreza e mais exclusão social.

Mas sejamos honestos: os mercados regulam a nossa vida porque há, como sempre houve, uma ideologia económica liberal que sempre o defendeu. Sintetizada num Estado mínimo que deixa cada pessoa à sua sorte, entregue a si própria e um mercado que, querem-nos convencer, se auto-regula.

Não chegámos até aqui por algum curso natural da História. Não! Chegámos até aqui porque houve, e continua a haver, uma ideologia dominante que agora pretende ser única e nos tenta convencer que não há alternativa à austeridade, a esta globalização dos mercados, às privatizações, à baixa de salários e ao desemprego.

Esta receita liberal continua a provocar o empobrecimento da maior parte da população, dizimando a classe média, criando uma nova classe de precários e provocando a acumulação de lucros colossais para uns poucos.

À tensão entre ricos e pobres soma-se uma outra bem maior: a tensão entre muito ricos e muito pobres.

As nossas sociedades são cada vez mais desiguais. Na distribuição da riqueza, no acesso à justiça, à saúde, à educação, à protecção social e na partilha do trabalho.

A desigualdade provoca um sentimento de injustiça e uma inevitável tensão democrática.

A democracia não pode sobreviver perante tamanhas injustiças, face a tantas desigualdades, perante o declínio da classe média, face a partidos políticos distantes dos problemas das pessoas e confrontada com a geração mais qualificada de jovens portugueses cujo desemprego atinge 35%.

Chegou a hora de arrepiar caminho.

De seguirmos o nosso próprio caminho.

De podermos escolher o caminho que queremos para nós e para o nosso país.

Querem convencer-nos de que não existe alternativa ao empobrecimento, ao desemprego e às desigualdades.

Nós respondemos: Claro que há outro caminho!

O caminho que coloca as pessoas em primeiro lugar. O caminho que aposte na qualificação dos portugueses ao longo da sua vida.

O caminho que aposte na criatividade, na inovação, na investigação e na inteligência dos portugueses.

O caminho das energias verdes, da economia social e solidária, da valorização da cultura, da língua portuguesa e da humanização das grandes cidades.

O caminho da coesão territorial e da solidariedade entre as actuais e as futuras gerações de portugueses.

A primeira condição para iniciarmos esse caminho, é compreendermos que o mundo já não é o mesmo, e, principalmente não voltará a ser o mesmo.

Há um ano, Obama perguntou a Steve Jobs, porque razão os Iphone não se podiam construir nos EUA. E ele respondeu esses empregos não voltarão.

Esse novo caminho começa no interior de cada um de nós. Na nossa mentalidade e na nossa atitude.

Ocorrem-me duas frases de Fernando Teixeira Andrade: “ Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”.

Este é o tempo de ousarmos. Este é o tempo de tomarmos os destinos do nosso país nas nossas mãos.

Este é o tempo para iniciarmos, juntos, esse caminho: o caminho da esperança.

A esperança que nos levou ao Mar e fez com que Portugal desse novos mundos ao Mundo.

É esse o Orgulho de ser português que trazemos connosco e que queremos partilhar com cada um de vós e com cada uma e com cada um dos portugueses.

É o mesmo orgulho que sentimos no dia 25 de Abril de 1974. Onde um punhado de militares ousaram e foram do tamanho dos seus sonhos. Foram grandes. Sonharam. Acreditaram. Lutaram e fizeram.

O regime democrático em Portugal conduziu-nos a novos horizontes e a uma sociedade mais livre, aberta e com melhor qualidade de vida.

 

Meus amigos,

Eu pertenço a uma geração que ainda teve tempo para ver o Portugal caduco, conservador e pobre do anterior regime. No entanto, tive a felicidade de a minha juventude já ser em liberdade e em desenvolvimento. Liberdade de ideias, liberdade de expressão, liberdade de participar em acções cívicas e políticas.

Com desenvolvimento económico, cultural e estruturante para um país onde se abria uma avenida em direcção à Europa. E com muitas causas pela emancipação da juventude portuguesa e pela libertação de tantos povos irmãos.

Numa altura em que tantos perdem a memória, gostaria aqui de sublinhar que são avassaladoras as diferenças entre o Portugal da minha geração, da liberdade, do 25 Abril e de quem teve grande parte da sua vida antes da Revolução.

Em 1970, mais de metade dos alojamentos não possuía água canalizada, 36,2% não tinha electricidade e 41,9% não tinha esgotos. Hoje, Portugal regista uma cobertura quase total ao nível da rede de electricidade, da água canalizada e dos esgotos. O Analfabetismo que atingia mais de um quarto da população é hoje inferior a 9%. O número de estudantes aumentou dez vezes em quatro décadas. A população sem qualquer qualificação desceu para quase um terço dos números de 1970. A nossa esperança de vida aumentou dez anos em quarenta anos. Há mais cinquenta crianças em cada mil nascimentos que completam o primeiro ano de vida. O número de museus duplicou e o número de visitantes triplicou ultrapassando os 9 milhões.

Em quatro décadas mostrámos que fomos capazes de alterar significativamente o rumo de um país.

Em pouco mais de uma geração passámos de um país isolado, para um país aberto, livre e plural.

Em pouco mais de 30 anos construímos um país moderno, com infra estruturas básicas e, hoje, estamos na vanguarda em vários domínios do conhecimento.

Uma das mais baixas taxas de mortalidade de recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.

Uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.

Uma Empresa líder mundial na produção de feltros para chapéus.

Uma Empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados.

Uma empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.

Um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos.

Avançadíssimo na investigação da produção de energia.

Empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.

Várias empresas a trabalhar para a NASA.

Líder mundial na produção de rolhas de cortiça e no fabrico de botões.

Inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis.

O nosso saber e a nossa cultura afirmam-se em qualquer capital dos países mais desenvolvidos.

O percurso destas quatro décadas é um sinal de confiança nas nossas capacidades para ultrapassarmos barreiras e obstáculos.

Queremos e podemos fazer mais e melhor.

Estou certo que em 2024, quando a Revolução de Abril fizer 50 anos, uma nova geração viverá num Portugal melhor e, terá orgulho naquilo que estamos a começar aqui, esta tarde.

Temos muito a aprender com os erros do passado e nada, mesmo nada, nos impede, de concentrar os esforços para novos desígnios, para uma sociedade mais justa, desenvolvida e cuja afirmação se faça através do saber, da inovação, da criatividade e da competência.

Estamos a regressar ao modelo de desenvolvimento económico baseado na mão de obra barata e com a fuga de uma parte dos qualificados.

Este é um modelo que temos de abandonar definitivamente.

É urgente retomar processos que valorizem a formação e a qualidade.

É vital apostar na valorização do nosso saber e introduzir uma cultura em que a vida seja sempre uma escola aberta.

O Estado, as Universidades, as empresas, os legisladores, as organizações representativas e culturais, todos nós, precisamos de nos libertar rapidamente de um certo ambiente de atrofia.

Enfrentar os riscos, assumir as nossas capacidades, assumir  a necessidade de que precisamos de melhor oferta educativa e profissional.

Um outro passo determinante é retomar a confiança.

A confiança em nós próprios. Um líder de braços caídos, como o actual primeiro-ministro, é o oposto do que se exige a todos. Como pode um povo ser governado por alguém que aponta como saídas para a crise o empobrecimento e a emigração.

Nós temos confiança nos portugueses, porque temos confiança em nós próprios e no futuro que queremos para o nosso país.  

Confiança entre o Estado e os cidadãos. Com um Estado estratega, regulador e solidário.

Sectores como a saúde, a educação, a segurança social e a justiça não podem estar sujeito aos critérios do mercado ou funcionarem como caridade, apanágio do actual governo.

O cidadão que descontou uma vida para ter uma reforma não se pode sentir enganado. A reforma que merece não é um privilégio. É um direito perante o que descontou toda a vida.

O cidadão não pode ser privado do acesso a um serviço vital como a saúde.

O cidadão que apostou na formação dos seus filhos  não pode deixar a meio esse percurso porque não existe igualdade de oportunidades.

O cidadão que espera que se faça justiça não pode, ele próprio, sentir-se injustiçado só porque vive numa região com pouca gente, e por isso, lhe foi retirado o acesso a um tribunal.

Sim, temos de repensar esta relação entre o que cada um pode ter e o que pode contribuir. Estudar e propor formas inovadoras no financiamento do Estado Social.

Não podemos é decretar o fim desta relação de confiança abandonando os portugueses à sua sorte.

A juntar a estes novos desafios se colocam como por exemplo o envelhecimento da população, a dependência energética, e alimentar.

Nos dias que correm abordar estes temas de forma livre e criativa já é um desafio arrojado. 

Ter a expectativa de se encontrarem respostas para esses desafios, pelo menos para alguns, é ainda mais arrojado.

É por isso que, desde o início, encaramos esta tarefa como um desígnio nacional.

Não a tarefa de um só partido mas do maior número de pessoas que queiram participar.

A política é uma coisa demasiado séria para ficar apenas entregue aos partidos. Tem que ser vivida e participada por todos.

O LIPP é um movimento amplo, aberto e que funcione como uma plataforma que contagie e envolva mais pessoas na discussão que vão realizar.

É uma nova cultura política que se apresenta. É uma renovação do contrato social que vá muito para além da circunstância política e das presentes gerações.

É um compromisso com todos os portugueses e com as futuras gerações.

O que hoje aqui estamos a iniciar é muito mais que um programa político para as próximas eleições. É a oportunidade de milhares de portuguesas e de portugueses contribuírem para pensar e realizar o país que desejam deixar aos seus filhos.

É o compromisso com um lugar na história de Portugal que nos honre, que nos orgulhe.

Em cada dia que passa, sempre que olho para os meus filhos, renovo esse compromisso com o futuro. Reforço as minhas convicções. Acredito neste caminho e no orgulho que sentirão se a nossa geração cumprir Portugal.

Quero que os meus filhos quando crescerem tenham oportunidades e sintam orgulho no seu país. E o que quero para os meus filhos é o que quero para os portugueses.

Com tempo, com ponderação, com debate e com diálogo.

O LIPP não é criado em véspera de eleições para “eleitor ver”. É uma proposta a pensar em 2024. Será apresentada aos portugueses em 2015 para executar em duas legislaturas. Três anos de preparação e nove anos de execução.

Alguns poderão perguntar porquê tanto tempo? Resposta: porque é necessário que o próximo governo de Portugal se prepare bem, saiba o que quer para Portugal e tenha uma estratégia e um caminho a seguir. Os portugueses, pagaram e pagam caro e com muitos sacrifícios os experimentalismos políticos e a navegação à vista. É necessário uma ruptura política, a começar pela própria forma de fazer a política e de exercer os cargos públicos. Prometi fazer política de uma forma diferente, nem sempre sou bem compreendido mas este é o caminho certo. O caminho que aproxima a política das pessoas e as pessoas da política.

E depois, o que são 12 anos na vida de um povo e de país?!

 

Minhas senhoras e meus senhores:

Trabalharemos para constituir novos compromissos nacionais e geracionais.

O compromisso com os portugueses. Os portugueses estarão sempre em primeiro lugar, e o nosso primeiro interesse é e será sempre  o interesse nacional.

O compromisso da cultura institucional para que as instituições, públicas ou privadas, possam cumprir a sua missão independentemente dos protagonistas do momento e dos poderes mais ou menos favoráveis da circunstância.

É um compromisso com a igualdade. Instituições dinâmicas que acompanhem a evolução da sociedade fugindo sempre à armadilha do conservadorismo formal ou do corporativismo egoísta.

O compromisso da cultura de responsabilidade, como um compromisso do cidadão com a sociedade, em que cada um assume as suas responsabilidades.

O compromisso com o conhecimento, com a criatividade, com inovação e com a cultura onde a língua portuguesa deve ser encarada, a todos os níveis, como uma riqueza erudita e lúdica mas também comercial e industrial. Um moderno e incontornável novo factor de produção na economia digital. A aposta nas indústrias criativas e na capacidade de inovação dos portugueses.

O compromisso com o mar. Aplicando princípios de um capitalismo decente. Que não explora mas beneficia. Sustentada e ecologicamente. Beneficia dos seus frutos, das suas dádivas colocando-as ao serviço da investigação, da saúde, da alimentação, da indústria, do comércio, do turismo, da indústria naval e da energia.

Uma relação íntima de séculos que devemos abraçar. Aceitar o mar como nosso destino coincidiu sempre com os momentos mais importantes da história dos portugueses.

O mar inspirou os construtores da nossa alma para a sua prosa e para a sua poesia. Temos que nos aventurar em mar alto, temos que nos deixar novamente surpreender pelo mar e pelas suas riquezas.

O compromisso com a Europa. Uma Europa mais forte e solidária. Uma Europa dos povos que vire costas aos egoísmos dos Estados. Não tenhamos medo: uma Europa Federal. Uma Europa que realize o nosso destino de progresso e prosperidade. Uma Europa democrática e solidária.

 

Meus amigos,

O que hoje iniciamos juntos, é uma nova caminhada rumo a 2024.

Uma caminhada onde cada pessoa conta. Onde cada ideia vale.

O caminho que escolhemos é um caminho exigente.

Temos consciência disso. É por isso que começamos desde já.

Temos o dever de ir mais longe.

Temos o direito de voltar a sonhar.

Quando cada um de nós sonha, não passa de um sonho: Quando todos nós temos o mesmo sonho algo está a mudar.

Cada um de nós escreveu o sonho que quer para Portugal.

Eu escrevi o meu que aqui partilho:

Um País onde cada pessoa se sinta bem e feliz!

É este o nosso compromisso!

Construiremos um Portugal mais próximo dos nossos sonhos!