Em Bruxelas, onde participou num encontro do Partido Socialista Europeu (PSE), que antecede a cimeira do Conselho Europeu, o recém-empossado chanceler da Alemanha fez questão de dirigir uma mensagem de apoio a António Costa, para as eleições legislativas antecipadas agendadas para 30 de janeiro de 2022, realçando que o chefe de Governo português “está a fazer um trabalho muito, muito bom, e tem muito apoio do povo português”.
“Vemos isso quando estamos lá, e eu gosto muito de estar em Portugal a discutir com o António a estratégia política do país. Por isso, estou absolutamente confiante de que ele será novamente bem-sucedido nesta campanha”, disse Olaf Scholz.
O chanceler alemão, que sucedeu no cargo a Angela Merkel, afirmou que “a mensagem mais importante, no entanto, é que é outra vez tempo de políticas sociais-democratas na Europa e no mundo”, e o essencial é “cuidar dos aspetos da vida das pessoas, trata-se sobretudo de uma questão de respeito”, algo que, defendeu, António Costa está a fazer.
Também o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, tomou a palavra para deixar palavras de apoio ao líder socialista português, salientando a sua “admiração” pelo “grande amigo António”.
“Diria que o António tem as qualidades de líder. Em primeiro lugar, tem muita empatia, o que é crucial, sobretudo para progressistas. E em segundo lugar, está sempre a trabalhar em busca de compromissos, é um grande negociador. Por isso, acho que é o líder de que Portugal e a Europa necessitam”, declarou.
No final de um painel de debate, dedicado ao tema ‘Uma Europa de Justiça, Sustentabilidade e Respeito’, durante o qual António Costa centrou a sua intervenção na importância das políticas sociais, o presidente do PSE, Sergei Stanishev, que também se afirmou certo de que o líder socialista português “vai voltar a ganhar as eleições em janeiro”, pediu uma ovação a todos os presentes de apoio ao primeiro-ministro português, que vaticinou vir a ser “o primeiro [socialista] a ganhar eleições no próximo ano”.
“Este é o caminho que é preciso não ser interrompido”
Elogios que António Costa acolheu como sendo “gratificantes”, sobretudo, como destacou, por traduzirem uma avaliação positiva da trajetória que Portugal foi capaz de fazer ao longo dos últimos anos, lembrando, a este propósito, as dúvidas com que o caminho preconizado em 2015 foi inicialmente recebido em Bruxelas.
“É muito bom ver como, seis anos depois, as dúvidas que existiam, hoje transformaram-se em certezas, de confiança, e de que o caminho que iniciámos em novembro de 2015 foi um caminho de sucesso, do ponto de vista do crescimento económico, do ponto de vista da melhoria das condições de vida, do ponto de vista da situação das finanças públicas. Felizmente tudo melhorou, e esse é um caminho que é preciso não ser interrompido”, reafirmou.
Após este encontro, os chefes de Estado e de Governo da UE pertencentes à família socialista europeia deslocaram-se para a sede do Conselho, para aquela que será a última cimeira europeia do ano.