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José Sócrates critica posição dos sindicatos de professores

José Sócrates critica posição dos sindicatos de professores

“Não há em nenhuma organização um sistema de avaliação perfeito, porque a avaliação é feita por pessoas e estas não são infalíveis. Mas o sistema mais injusto é não haver avaliação, como no passado”, afirmou ontem José Sócrates no XIII Congresso da Federação Distrital de Coimbra do PS, frisando que o Governo não recuará no processo de avaliação de professores.

Segundo o Primeiro-ministro, a avaliação vai prosseguir, na exacta medida do memorando de entendimento assinado, há sete meses, pelo Governo e por uma plataforma que reuniu os sindicatos do sector. “Somos inflexíveis no cumprimento do acordo a que chegámos”, disse o também secretário-geral do PS. Perante mais de meio milhar de militantes, Sócrates questionou mesmo a seriedade da plataforma sindical, que já convocou uma greve para 19 de Janeiro: “Será pedir demais que honrem a assinatura que puseram no memorando de entendimento?”, perguntou.

O primeiro-ministro insistiu que os professores só têm a ganhar com o fim da progressão automática, baseada só na antiguidade. De resto, lembrou que a avaliação simplificada já abrangeu, em 2007/08, vinte mil professores contratados. E cerca de 1400 foram considerados “muito bons e excelentes”. “O que dizemos a esses? Damos-lhes a notícia: ‘vocês foram assim classificados, mas o melhor é que continuem todos por igual?!'”, conjecturou, sobre a hipótese de um recuo.

As reacções da oposição ao protesto dos professores de sábado passado levou o chefe do Governo a falar num “lamentável oportunismo dos partidos, na esperança de ganharem uns míseros votos”. “Realmente, as oposições comportam-se como aquele anarquista que dizia: ‘dêem-me um movimento, que eu quero liderar'”. Para Sócrates, “os partidos da oposição, sem tema e sem discurso, andam à procura é de qualquer manifestação, para então liderar”.