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Gravidade da situação epidemiológica vai ainda manter-se por mais algumas semanas

Gravidade da situação epidemiológica vai ainda manter-se por mais algumas semanas

Gravidade da situação epidemiológica vai ainda manter-se por mais algumas semanas

Ninguém duvide que os “momentos de tensão” provocados pela epidemia se “vão prolongar durante mais algumas semanas”, advertiu ontem o primeiro-ministro, António Costa, garantindo que se o Governo tivesse sabido do impacto que a variante inglesa representava “não teria aligeirado as medidas no Natal”.

O primeiro-ministro foi ontem ao programa ‘Circulatura do Quadrado’ da TVI-24, onde já participou como comentador semanal antes de assumir as atuais funções no Governo, cortar cerce quaisquer falsas esperanças de que os efeitos nefastos da pandemia possam estar por dias, advertindo que a evolução da situação epidemiológica em Portugal vai durar mais algumas semanas, devendo só então atingir um momento em que o número de novos casos por dia “vai finalmente começar a deixar de subir, perdendo força a variação diária”.

Só depois disto, salientou António Costa, é que se poderá verificar que o número de pessoas a necessitar de internamento começa a baixar, e só depois disso é que “começaremos a baixar o número de óbitos por dia”. Até lá, referiu, não vale a pena “alimentar a ilusão de que não estamos a enfrentar o pior momento, por que estamos, e que ele vai continuar por mais algumas semanas”.

Quanto ao que designou como o aligeiramento das medidas que foram definidas para o Natal, António Costa deixou a garantia de que se o Governo tivesse tido “conhecimento atempado” do impacto que a variante inglesa acarretava, as restrições que entraram em vigor em princípio de janeiro “teriam entrado provavelmente logo no dia 26 de dezembro”.

Recordando que a “realidade dos números que temos hoje não é a mesma que temos presente quando as decisões são tomadas”, António Costa apontou que entre o momento em que se toma a decisão e ela produz efeitos, por norma, “temos de esperar 14 dias”, ou seja, como acrescentou, as “medidas tomadas na semana passada, em principio, só começam a ter efeitos nos números que vamos conhecendo na próxima semana”.

O primeiro-ministro voltou a reafirmar não ter qualquer preconceito entre o setor público, social ou privado da saúde, com os quais foram assinadas várias convenções e estão a colaborar desde abril, garantindo que o Governo “não regateará esforços”, nem deixará de recorrer a qualquer meio que “esteja disponível, para assegurar o tratamento de quem quer que seja nas circunstâncias que elas existam”.

Retoma da atividade letiva

António Costa não acredita que as aulas em Portugal possam regressar em formato presencial no espaço de 15 dias, uma tese que é, como referiu, sustentada na “evolução da situação epidemiológica do país”.

Garantindo que o Governo não repetirá a medida que tomou na passada sexta-feira, quando decretou uma interrupção no ano letivo “com compensações nos períodos tradicionais de férias”, o líder do Executivo defendeu que a alternativa que se coloca passará por prosseguir com o ensino online, tal como já sucedeu em março passado.

Outro dos temas abordados pelo primeiro-ministro teve a ver com a reeleição do Presidente da República, mostrando-se António Costa persuadido de que o segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa “será igual ao primeiro”, desde logo, como referiu, mantendo o perfil adequado e “institucional nas relações com o Governo”.

O primeiro-ministro vincou ainda, a este propósito, que o voto maioritário na reeleição no Presidente da República resulta não só do “apreço generalizado e transversal” que os portugueses mostraram pela forma como Marcelo Rebelo de Sousa exerceu o seu primeiro mandato, mas também pela confiança que depositam de que este segundo mandato seja de continuidade.