home

Governo garante aposta continuada na produção de hidrogénio verde como fator de liberdade energética do país

Governo garante aposta continuada na produção de hidrogénio verde como fator de liberdade energética do país

O primeiro-ministro, António Costa, presidiu ontem no Seixal, distrito de Setúbal, à primeira injeção de hidrogénio verde na rede de gás natural. Ocasião para, mais uma vez, lembrar que quanto mais Portugal investir nas energias renováveis, mais está a “apostar na sua autonomia energética”.

Publicado por:

Acção socialista

Ação Socialista

Órgão Nacional de Imprensa

O «Ação Socialista» é o jornal oficial do Partido Socialista, cuja direção responde perante a Comissão Nacional. Criado em 30 de novembro de 1978, ...

Ver mais

Notícia publicada por:

António Costa

Na intervenção que proferiu na sessão que assinalou o primeiro projeto de injeção de hidrogénio verde na rede de gás natural em Portugal, tarefa levada a cabo pela empresa Floene, de capitais alemão e japonês, que ontem teve lugar no município do Seixal, o primeiro-ministro, depois de reafirmar que Portugal tem de prosseguir uma “estratégia clara e persistente” de aposta no desenvolvimento do hidrogénio verde, insistiu na tese, há muito defendida pelo Governo, de que só a aposta nas energias renováveis permitirá “dar liberdade energética ao país”, invertendo a actual situação de importador para exportador de gases renováveis.

De acordo com António Costa, Portugal tem tudo a ganhar se prosseguir sem hesitações com a estratégia delineada de apostar nas energias renováveis, cabendo à produção de hidrogénio verde, como mencionou, um papel decisivo na estratégia de tornar o país mais sustentável, quer do ponto de vista ambiental e económico, “quer mais livre do ponto de vista político”.

Reconhecendo que não é num ano ou em dois que Portugal conseguirá inverter o cenário de país importador de energia para país exportador, o primeiro-ministro insistiu, contudo, que perante o período difícil que a Europa atravessa, sobretudo em consequência da “agressão militar russa à Ucrânia”, mais se justifica que o país não abandone a estratégia da produção de hidrogénio verde, defendendo ser esta a atitude “mais certa e racional”, também pelo facto de Portugal dispor hoje de “excelentes e modernas infraestruturas para a produção de energias renováveis”.

Autonomia energética

Nesta sessão, o primeiro-ministro voltou a defender aquilo que, em sua opinião, é estratégico para o país, a rápida e sustentada consolidação da sua autonomia energética, lembrando que esta questão assume um carácter ainda mais decisivo desde o dia 24 de fevereiro de 2022, altura em que a Rússia invadiu militarmente a Ucrânia, lembrando que nada aconselha que um país possa estar “totalmente dependente de um fornecedor ou de fornecedores externos para a energia que necessita”, insistindo que “autonomia energética significa liberdade”.

Mas para lá da dependência política, disse ainda António Costa, há que levar em conta o peso na despesa nacional que resulta das transações das importações de energia, lembrando que “por cada 5% de hidrogénio verde que é injetado na rede, são menos 5 pontos percentuais de gás natural que importamos”.

Um valor que não é despiciendo, como sublinhou, já que “um dos maiores pesos na despesa nacional” ao nível da balança de transações, resulta precisamente da importação de energia.

Portugal exportador

Presente nesta cerimónia esteve também o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, que deixou a garantia de que, até ao final em 2026, Portugal “terá todas as condições” para começar a exportar pela primeira vez produtos derivados do hidrogénio. Uma certeza que o governante diz estar alicerçada no progresso e nos avanços que as produções de energias renováveis têm tido em Portugal nos últimos anos, provando assim, como defendeu, que este é o caminho que o país deve trilhar porque “aqui reside a grande oportunidade em termos de futuro”.

Duarte Cordeiro constatou também que se o preço da energia não é neste momento tema para grandes discussões em Portugal, isso deve-se, em sua opinião, ao facto de o Governo “não só ter incentivado a apoiado a produção de energias renováveis no país”, como ter conseguido “conferir proteção à indústria e aos consumidores”.

ARTIGOS RELACIONADOS